terça-feira, 14 de maio de 2024

123 a história se repete


 



123


Mexo no corpo, mexo nos sentimentos.

Racionalizo tudo, mas a emoção emerge e prevalece.

a história se repete



Acredito, este ser mau de hoje já foi bonzinho. Tanto sofrimento sofreu que aprendeu maldades para se defender.


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Também a História se repete. Algo semelhante a hoje aconteceu ontem, anteontem. Confirmo isto quando leio Uma História Intima da Humanidade, de Theodore Zeldin. Mais ainda ao viajar no tempo e espaço com Sapiens, de Yuval Noah Harari. As tais das evidências científicas. Mas mais.


De tudo que tenho apreendido – seja de atos, falas, leituras, fatos, externas experiências – minha sabedoria interna me vislumbra algo que por trás está. O sentimento. Os sentimentos a despertar desejos. Os desejos a pedir suprimentos. Isto tudo a me cutucar pra dar o passo. E “a cada passo que dou, o mundo muda de lugar.”.


Hoje, acredito. Cada Homem carrega sua História. Cada homem carrega, no seu próprio corpo, sua história pessoal. Estado sistêmico. Mexo no corpo, mexo nos sentimentos. Racionalizo tudo, mas a emoção emerge e prevalece. Os sentimentos – conscientes, inconscientes – me invadem, moldam meu comportamento, estimulam movimentos, paralisias e ausências, tomam conta de mim.


Hoje, acredito, meus sentimentos determinam o que vivo. Vivo, mesmo, é o que sinto. Aliás, só vivo, mesmo, o que percebo do que sinto. O que não percebo, nem sei que sinto. Não vivo.


Sentimentos repetidos me agarram, ficam em mim. Desde criança. Adulto afora, carrego minha criança em mim. O que sinto, o que sou, se relaciona comigo criança, com minha infância. Busco, hoje, aquele abraço que, por desventura, não tive. Hoje, busco suprir aquele vazio que na infância senti – mesmo não percebendo que o vazio que sinto nasceu antes, talvez até antes de mim.


Meus sentimentos indicam meu rumo, minha vida. Minha vida toma rumos que meus sentimentos indicam. Um poeta sentiu e sacou, “Perdi minha vida por educação”. Tenho me perguntado se tenho perdido vida por estar em enganado rumo.


Minha consciência me anima. A fé, aprendo, vem da minha vivência. Acredito no que vivo, vivencio. Acredito mais em mim mesmo que nos meios de comunicação. Minha sabedoria vem do que vivo, vivi, sinto, senti. Assim, sei. Sei porque aprendi. O tanto que sei, o pouco que sei, o que sei, aprendi do que vivi.


Meu conhecimento, porém, vem, um tanto da leitura, da observação, da fantasia. O conhecimento que, em mim, fica é o que me toca, toca meus sentimentos. Sinto e lembro. A sabedoria, que em mim fica, é aquela marcada pela experiência realizada. Sou um sábio neste momento, não boto a mão no fogo, já me queimei, sei da inesperada dor.

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Enquanto isto, Yuval Noah Harari, em Sapiens nos conta a História da Humanidade. Depois do passado, fala do futuro em Homo Deus. E volta ao presente em 21 Lições para o Século 21.


Leio a História da Humanidade e me surpreendo com suas repetições. A luta pelo poder define seu rumo. E o que faz um ser querer poder, parece, é a falta. Quero o que não tenho, desejo o que me falta. Minha vida se define pelo que me falta.


Aprender me acalma. A construção do que somos, a coerência nas repetições, os prazeres, as dores. Amor e medo. Libertários e brutamontes.

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Meu único poder é sobre mim. Mesmo assim, só um pouquinho. Difícil, mas fácil, viver assim.

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Descubro, sempre presentes, os sentimentos, origens de comportamentos. Os sentimentos definem o que sinto, moldam quem sou. Amor e medo, sentimentos básicos.

Imagino. Na falta de amor, o medo. Do medo, nasce a raiva. Do amor, nasce a empatia – sinto o que o outro sente.

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Talvez a falta gere a procura. O suprimento é o objeto da procura. A ausência de consciência esconde o saber. O saber da falta do amor que não teve. Poder algum, dinheiro algum enche, supre aquele vazio que fica. A ausência de amor como origem do mal. Mal como ausência de amor.


All we need is love. Love is all we need.”. Lennon tem razão.









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