segunda-feira, 23 de março de 2015

A glória da dor



No fundo, tenho pena, tenho dó
do político paralítico, refém
do poder que, pensa, tem

Preso à própria desgraça,
leso porque sem graça,
inglório porque bandido,
falido de consciência

Em seu mundo, ausentes
afetos concretos,
abraços, enlaces,
só infernos sente

busco em mim compaixão
por este buraco sem fundo,
imundo no mundo,
atolado por inteiro,
dinheiro, dinheiro, dinheiro

Falso poder,
angústia tamanha,
nem se dá conta
do quanto tacanho

Não confio, desconfio,
antes talvez criança sem vez,
mal amada, vazia, descuidada,
sem beijos nem nada

Nesta falta de amor, glorifica a dor

Mas, quem sabe?,
uma guinada

Agora admirado,
um homem de bem,
bem faz a si

e a outros, também











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