quarta-feira, 6 de setembro de 2017

tudo agora



Há perguntas que faço a mim 
e só eu mesmo posso responder. 

Mesmo que ouça respostas me dadas por outros. 
Por exemplo, que faço da minha vida?

Aprendo, a cada vez que amplio: 
a respiração varia, outro o dia a dia. 

Percebo: 
a lei surge, o homem burla, a lei já era. 
Não adianta legislação, 
se má intenção impera.

Desconfio:
em mim censura o que, em você, não se aventura. 

E, ao mesmo tempo, sei, estou rico. 
Sinto afeto em cada canto que brinco.

Mas, que bom, o que aprendo, fica. 
Mesmo que me esqueça.

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Tudo, ao mesmo tempo, agora. 
Ô coisa boa, perder a hora quando namora. 

Por outro lado, 
defino o que penso e sinto 
a cada escolha que faço, 
em cada botão que ligo, 
em cada canal que fico. 

Pois é. 
Vida breve, escolhas leves: 
se pesadas, 
ô vida errada.

E depois? 
Pro futuro, planejo o que hoje desejo. 

Mas antes, bem antes, 
desde o feto, todo afeto, um sucesso. 

Estive nove meses em meu quarto, 
crescendo sozinho. 
Luzes, o parto. 
Eu, novo, zerinho.

E aprendo, sei: 
pra quem, desde criança, cria necessidades, 
difícil pode ser a mudança 
quanto maior a idade. 

É que, quando pequenino, 
um tanto se define o destino. 
Também, por isto, tão bão, 
sem pressa nem pressão.


E vivam as carícias. 
Se trisca fica. 
Se toca, rola. 
Se pica, delícia. 

A idade? 
Estado de espírito.
































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