sábado, 11 de novembro de 2017

caminhos do coração - uma vida incomum como qualquer um 16










uma vida incomum como qualquer um 16

caminhos do coração


Sou responsável pelas escolhas que faço.  Seja um passo, um abraço, outro ato, uma atitude improvável.

Tem coisa que sei e nem sei que sei. Esqueci, de repente, lembrei. No caminho do coração é assim. Foco em mim. Vivo pela intuição. Sinto o que não sentia, vivo o que não vivia, descubro, redescobri.

À procura de cura, consulto ali e aqui. Escuto, de todos, de tudo. Duvido, reflito, entre o não e o sim. Confio no coração, acredito em mim.

Quem sente o que sinto, quem vê com meus olhos, em mim é presente. Coerente, me entende.

Sozinho neste caminho, decido o que vivo. Guino, ativo, retomo. Renovo meu destino, cuido das causas, anulo os sintomas. O que como me entope? Mudo o alimento. Agora, então, que bom. Invés de corte-operação, saudável alimentação. Sou responsável pelo que vivo.

Como Hipócrates dizia, sou o que me alimento. Percebo, além, sou, também, meu sentimento.

Por outro lado, mentem meios de comunicação, me provocam baixos sentidos. Não ouço aquela rádio, não leio aquele jornal, não vejo aquela televisão. E falta não fazem.

Mais que fora, agora, em mim, dentro adentro, tento. Em cada escolha, aprendo. Escolho conversa que me aquece, o silêncio como prece, a ética em cada ato. Defino meu destino, de fato.

Enfim, simples assim: minha realidade depende de mim.

Saio do breu, vou fundo. E, a cada passo que dou, mudo eu, muda meu mundo.

Civilização?
Quanto tempo os vikings demoraram pra se transformar em suecos? Mudanças de comportamento, do que tenho aprendido, mais se dão com o passar de anos. Às vezes, na mesma geração, às vezes não.

Antes, anos antes.
O avião ronca. Quatro da matina, cochilo, lembro da importância do som neste documentário. A entrevista com Adalberto, a roda da terapia comunitária, as possibilidades de insights ao vivo, os depoimentos de quem viveu. Este o plano. Agora é com a realidade.

Ocas do Índio. 2008. Oito dias de frente prum mar morno e céu estrelado, tempo todo mais atento a mim e a outros. Bioenergética cedinho, intercalo, intercalamos razões e emoções, descobertas e compaixões, dores e prazeres. O clima é de reconhecimentos. Somos entre trinta e quarenta, agora mais que
profissionais, pessoas.

As noites são calmas, leves as comidas e os pensamentos. Cuidando de mim, aprendo um tanto cuidar de nós. Os que vivemos nos tornamos próximos. Adalberto de Paula Barreto é o mestre, maestro. Sua Terapia Comunitária, já sabemos, facilita rapidinho solidariedades. Neste espaço, combinamos antes, cada um só fala a partir do que viveu, experienciou. Conselhos, julgamentos não valem.

Todos têm oportunidade de se expressar. Quando cada um que deseja fala – das suas alegrias ou, mais comum, do que lhe atormenta –, todos escutam. É democraticamente escolhido, para aprofundamento, o problema com o qual mais pessoas se identificam. Em busca de melhor compreensão, quem fica na berlinda dá mais informações e responde a perguntas. Contextualiza.

Depois, em silêncio, ouve quem contribui com o relato de suas próprias vivências similares. Emoções afloram, pipocam identificações, pessoas se aproximam. Ao final, os que querem, falam do que levam desta roda. Muitas vezes conforto, tranquilidade, compreensões, autoconhecimento e estima.

Germinam vínculos, fortalecem-se laços, nascem e se realizam projetos voltados para interesses comuns ali descobertos. É a Terapia Comunitária.


Luiz Fernando Sarmento








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