quinta-feira, 5 de abril de 2018

Que sociedade desejo? - uma vida incomum como qualquer um 44





Que sociedade desejo?


1
Somos todos inteligentes. Uns têm facilidade com matemática, outros com línguas, uns são generalistas, outros cientistas. Alguns têm inteligência concreta, outros abstrata. Uns são inteligentes nas emoções, outros são duros, duros. Inteligência mesmo, sinto, exercito quando utilizo minha sabedoria para facilitar o estar contente.

2
Uma fala, já sei, pode ser fora de ordem. Cada um edita, ordena de acordo com suas prioridades conscientes... ou não.

3
E se em encontros públicos cada um se apresentasse, eu também, expressando o que é - ou sente que é - não o que faz? Esta aprendi com Michel Robim.

4
Sonhos, ideias, reflexões antecedem ações. Caos antecede ordenação. O emocional como pano de fundo. Atos falhos não falham. Insights abrem outras janelas.

5
Reflexões. Dou o livro que gosto, não o que o outro deseja. Só dá quem tem. Se não me permito, a outros inibo.

6
Pra facilitar minha prática, não me canso de lembrar o dito que penso ser de Tom Jobim: democracia é muito bom. Lá em casa pratico todo dia.

7
Que sociedade desejo? Quando converso sobre isto com quem intenciono ser parceiro, fico impressionado como somos diferentes. Foco no que somos e no que desejamos em comum.

8
Do que entendi, eficiência se refere a quando faço bem o que me proponho. Eficácia é quando há resultados. Efetividade é quando os resultados permanecem, frutificam.

9
Facilita uma parceria, quando descobrimos interesses comuns. A imagem que me vem: sabe o símbolo olímpico, composto por aquelas argolas entrelaçadas? Imagine que parte de uma argola – que me representa – superpõe parte de outra argola, que representa você. Esta área que é comum às duas argolas representa o que temos em comum. Já a parceria acontecerá em função da iniciativa de cada um de nós e do nosso consenso.

10
Cada um de nós tem algo a oferecer e procura por algo. Há pessoas que oferecem o que outros procuram e vice-versa. Questão agora de se encontrarem. Assim se formam casais, comunidades, sociedades, redes.

11
Quando chego na hora combinada ao encontro, estou dizendo: eu te respeito, eu me respeito. Quando chego atrasado, desconfio de mim: será que me sinto superior ao outro? E, se sim, que complexo de inferioridade escondo neste aparente sentimento de superioridade?

12
Quando falo e não escuto, é que não quero ouvir? Neste momento, estou fechado em mim? Não me interessa o outro?

13
Em momentos de incertezas, desconfio que a necessidade que sinto de ser solidário é a contrapartida que ofereço por eu próprio necessitar de solidariedade.

14
Quem não conhece o que faço, não valoriza o que faço, não me reconhece. E vice-versa, uma vez que também eu não conheço o que fazem os que se propõem pautar minha vida e as vidas dos que aqui trabalham. Em crise ética pública, opto por me orientar pelo meu senso ético e por minha missão original: cuidar de outros como gosto cuidem de mim.


Pra ler com calma

Viver contente. Tento, aprendo sendo, de repente.

Eu, aqui, no mesmo lugar. A me perder, a me encontrar.

Controlo o outro quando o outro não deseja o que desejo.

O  que desejo, no claro procuro. Quase nada vejo. Talvez no escuro.

Atenta mente ao diferente.

Amassos, não mais. Agora normais, abraços virtuais.

Se satisfeito comigo, olho o mundo, meu espelho. Insatisfeito, amigo, o mundo espelho, pentelho.

O essencial me supre. O supérfluo me entope.





Luiz Fernando Sarmento








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