História
Outro dia, li um livro que me tocou. Sapiens
– Uma breve História da Humanidade, de Yuval Noah Harari, Editora LPM. Eta
livro bom.
Tem me ajudado a compreender o que se
passa hoje, mesmo sendo limitada minha compreensão. Impressionante a
quantidade, qualidade e variedade de informações.
Entendi, por exemplo, como a História
se repete. E compreendi que, antes, como agora, a evolução humana se dá,
especialmente, individualmente.
Os grupos humanos primitivos, na mesma
época, tanto poderiam estar na Idade da Pedra quanto poderiam ser compostos por
indivíduos mais evoluídos. Ou seja, ao mesmo tempo, em lugares diferentes,
grupos humanos em diferentes estágios de evolução. Como, talvez, agora, cada um
de nós, no seu próprio caminho, de acordo com seu próprio desejo, possibilidade
e movimentação.
Eu já intuía que movimentos
individuais compõem movimentos coletivos. Se assim, a evolução da Humanidade
acontece a partir de cada evolução pessoal. E, se considero evolução como aumento
de bem-estar – espiritual, emocional, físico... –, eu, como cada um, a cada
cuidado que tenho comigo, consigo, com os demais, contribuo para a evolução da
Humanidade.
Antes, sentia, difícil era suportar
alegria. Tristeza era fácil, matava no peito todo dia. Isto, talvez, em função
da pesada cultura que internalizei na minha infância. Aquela cultura que me
proibia um tanto das emoções que sentia. Entre as proibições, o prazer do sexo,
a expressão da raiva, o deixa a vida me levar.
Nesta cultura, para qualquer
transgressão, castigo. Castigo agora ou depois da morte. E, só de imaginar o
castigo, medo. Um sufoco. Assim, o medo me dominou e eu me submeti. O medo
semeou a culpa. Boa parte de minha vida, perdida. Desejos contidos, emoções
sufocadas, supressão de afetos. Sofri. Inda sofro, quando não me liberto.
Mas, reflito, se a mim me faço bem – e
mal não faço a ninguém – que mal que tem?
Aprendo, agora, a acreditar em mim
mesmo. Percebo que um tanto sei... e nem sei que sei. Mesmo sabendo que quase
nada sei.
A beleza da vida chega mais, cada vez
mais. Tudo aprendizado. Descubro o prazer dos profundos pensamentos, dos leves sentimentos,
do abraço, do beijo, do toque, da palavra impecável, do encontro em que saio
melhor que cheguei. E, quanto mais gosto de mim, mais gosto do mundo.
Luiz Fernando Sarmento
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