segunda-feira, 14 de maio de 2018

vida imprevista - uma vida incomum como qualquer um 50







vida imprevista


Salvando O Seu Coração, o best-seller dos anos 90, me anima salvar o meu.  Outro dia, um susto, soube que minhas artérias estavam quase entupidas. Dei uma guinada, quando quem me acolheu, André, me falou do que é. Mudei minha vida, ao escolher a comida.

Em meu coração, sinto, influências de emoções. Além dos mistérios
do espírito, ali. Das relações, aqui. Da vida, além.

Hoje, prevejo o dia, mesmo sabendo: será, total, parcialmente, diferente do que desejo. Levantarei, ioga, frutas, caminhada, visita de amiga ao Rio, chegada de filho, nora, netos.

O resto do dia, incerto. Talvez telefonemas, leituras, cozinha, inesperado céu ao léu.

Ontem, encontro dos bons, amigos em construção.  Amiga e amigo a rever o já feito, a planejar, procurar um jeito, oferecer, a quem deseje, conhecimentos que bem nos tem feito.

O amigo, forte referente, um norte amoroso, experiente vegano, homeopata, cardiologista, cirurgião em mutação.

A amiga, receptiva, aberta ao mundo, com seu estudo profundo, sua simplicidade, dedicação à livre vida, à alimentação.

Almoço no Panela de Barro. Eles seguiram. Eu me preparei e fui cuidar de receber, levar papéis de batismo de netos à igreja. De lá, aula de ioga, meus músculos reclamam, permanece o desejo de reaprender a andar, sentar, deitar, me movimentar.

Me faço um carinho, como um pão no caminho. Já na cama, li um pouco – Em Busca da Vida Depois da Morte. Dormi, acordei, inicio novo dia. Imprevista vida.

*
Há anos, só lavo a cabeça com água. No corpo, eventual sabão, me sinto limpo com a água fria que vem sozinha ou depois da quente. Tenho meus cheiros, função do que bebo, como e pego e ponho. Gosto de mim assim.

*
Hoje, um dia parecido com outros sábados. Feira orgânica, cebola, tomate, limão, laranja, coentro, couve. Alho-poró, mandioca, batata inglesa e doce. Banana-mel, beterraba, feijão verde e preto. Abóbora, quiabo. Na feira comum, água de coco, mamão.

Dia igual, mas não tão. Preparo o almoço, separo a roupa, tomo meu banho, como, escrevo um pouco, me visto e vou. Passarei no banco, tomarei um ônibus, irei à igreja pro batizado dos netos. E mais não sei. Daí pra frente, dia diferente.


*
Tenho focado, amigo, na minha potência. O que não está ao meu alcance me angustia. Assim, minhas pequenas decisões têm me facilitado a vida.

Penso, antecipo sentimento antes de ligar o botão da tv. Quase já sei que vou me angustiar, me indignar. Não ligo.

Penso, sinto, antes de mais uma garfada, após a fome saciada. Quase que sei que me sentirei pesado, cansado, com a digestão alterada. Evito a garfada a mais.

Penso, sinto, antes da palavra sair, antes da escrita, antes do assunto escolhido. Evito falar do que não me faz bem, nem a outro, nem a ninguém.

E tenho escolhido a caminhada, a ação, o que penso, o que falo, o que vejo, o que ouço, o faço, o que sinto

Tudo aprendizado, dia a dia, ato a ato. Repito, repito, acredito. Outro dia, por exemplo, evitei operação de safena, mudei a alimentação. Estou vegano.

Às vezes me torno um chato, com estas radicalizações no estar no mundo, mas meu indicador – meu humor – tem me facilitado escolhas.

Se bem-humorado, caminho certo. Se mal, me pergunto: que devo mudar em mim, pra viver bem, neste mundo como ele é.

Tento, tropeço, vivo, aprendo. E erro e tento e tropeço e acerto e mudo...quando consigo.

Bons dias, desejo as melhores escolhas, já que, percebo, sou, somos, governador, presidente do meu, do nosso amor, da própria mente. Obá.




Luiz Fernando Sarmento












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