vida imprevista
Salvando O Seu Coração, o best-seller dos anos 90, me
anima salvar o meu. Outro dia, um susto,
soube que minhas artérias estavam quase entupidas. Dei uma guinada, quando quem
me acolheu, André, me falou do que é. Mudei minha vida, ao escolher a comida.
Em meu coração, sinto, influências
de emoções. Além dos mistérios
do espírito, ali. Das
relações, aqui. Da vida, além.
Hoje, prevejo o dia, mesmo
sabendo: será, total, parcialmente, diferente do que desejo. Levantarei, ioga, frutas,
caminhada, visita de amiga ao Rio, chegada de filho, nora, netos.
O resto do dia, incerto. Talvez
telefonemas, leituras, cozinha, inesperado céu ao léu.
Ontem, encontro dos bons, amigos
em construção. Amiga e amigo a rever o
já feito, a planejar, procurar um jeito, oferecer, a quem deseje, conhecimentos
que bem nos tem feito.
O amigo, forte referente, um
norte amoroso, experiente vegano, homeopata, cardiologista, cirurgião em
mutação.
A amiga, receptiva, aberta ao
mundo, com seu estudo profundo, sua simplicidade, dedicação à livre vida, à
alimentação.
Almoço no Panela de Barro. Eles
seguiram. Eu me preparei e fui cuidar de receber, levar papéis de batismo de
netos à igreja. De lá, aula de ioga, meus músculos reclamam, permanece o desejo
de reaprender a andar, sentar, deitar, me movimentar.
Me faço um carinho, como um
pão no caminho. Já na cama, li um pouco – Em Busca da Vida Depois da Morte. Dormi,
acordei, inicio novo dia. Imprevista vida.
*
Há anos, só lavo a cabeça com
água. No corpo, eventual sabão, me sinto limpo com a água fria que vem sozinha ou
depois da quente. Tenho meus cheiros, função do que bebo, como e pego e ponho.
Gosto de mim assim.
*
Hoje, um dia parecido com
outros sábados. Feira orgânica, cebola, tomate, limão, laranja, coentro, couve.
Alho-poró, mandioca, batata inglesa e doce. Banana-mel, beterraba, feijão verde
e preto. Abóbora, quiabo. Na feira comum, água de coco, mamão.
Dia igual, mas não tão. Preparo
o almoço, separo a roupa, tomo meu banho, como, escrevo um pouco, me visto e
vou. Passarei no banco, tomarei um ônibus, irei à igreja pro batizado dos netos.
E mais não sei. Daí pra frente, dia diferente.
*
Tenho focado, amigo, na minha
potência. O que não está ao meu alcance me angustia. Assim, minhas
pequenas decisões têm me facilitado a vida.
Penso, antecipo sentimento
antes de ligar o botão da tv. Quase já sei que vou me angustiar, me
indignar. Não ligo.
Penso, sinto, antes de mais
uma garfada, após a fome saciada. Quase que sei que me sentirei pesado,
cansado, com a digestão alterada. Evito a garfada a mais.
Penso, sinto, antes da palavra
sair, antes da escrita, antes do assunto escolhido. Evito falar do que não me
faz bem, nem a outro, nem a ninguém.
E tenho escolhido a caminhada,
a ação, o que penso, o que falo, o que vejo, o que ouço, o faço, o que sinto
Tudo aprendizado, dia a dia,
ato a ato. Repito, repito, acredito. Outro dia, por exemplo, evitei operação de
safena, mudei a alimentação. Estou vegano.
Às vezes me torno um chato, com
estas radicalizações no estar no mundo, mas meu indicador – meu humor – tem me
facilitado escolhas.
Se bem-humorado, caminho
certo. Se mal, me pergunto: que devo mudar em mim, pra viver bem, neste mundo
como ele é.
Tento, tropeço, vivo, aprendo.
E erro e tento e tropeço e acerto e mudo...quando consigo.
Bons dias, desejo as melhores
escolhas, já que, percebo, sou, somos, governador, presidente do meu, do nosso amor,
da própria mente. Obá.
Luiz Fernando Sarmento
Nenhum comentário:
Postar um comentário