domingo, 14 de abril de 2024

147 perguntas que me faço

 



147


Quando trato, combino o que agora desejo.

Depois, a deus desejo, o trato já era?


perguntas que me faço



Mendicância de afetos, me pego em plena. E indignação, me leva a dignas ações?


Imagine… Qualquer um, eu, você como eu, diante de si mesmo, a se fazer perguntas. Sou diferente do que deveria ser? Devo limitar-me à ética? Aprendo fazendo? Ensino sendo? O sofrimento que gero em mim é fronteira, é limite? Em mim, onde está minha alegria? Se contente, o que me facilita ser, estar, permanecer? Em que me impeço? Que faço pra atrapalhar minha própria vida? O que está ao meu alcance? O que, em mim, alimento? Que sei que não sei? Que sinto que sei? Afeto, berço de ética? Humanidade, prioridade?


E mais, e mais… O pensamento vem do sentimento? Onde nasce o que sinto? Moral é o que aprendi? Ética é o que sinto certo? Moral varia em cada cultura? Ética é uma sabedoria que não sei de onde veio nem quando? Ética é Deus em mim? Quanto mais pergunto, menos sei? Quanto mais aprofundo, mais mistérios, mais perguntas? Ausência de memória diminui os desejos? Menos desejos, menos angústias?


O que é público, o que é privado? O que me permito, o que a outros inibo? O que está em meu poder de realização, o que depende de outros? O que cabe a mim, o que cabe ao outro? Sentir, sacar, refletir? A realidade determina a ordem dos passos? Ética é pressuposto? Sou do jeito que gosto?


E se o suficiente impera, que faço com meus tempos, minha vida? Afinal, quem está paciente? O médico, o doente? Escolho o que penso, falo, faço? E o que sinto, o que desejo? Cuido de mim? Que está ao meu alcance? Em mim, onde está minha alegria? Onde vai meu pensamento, vão meu sono, meus sonhos? Pensamento não se mede, vai além das distâncias, ignora o tempo? Sentimentos interferem em pensamentos? O que me alegra?


O que, semelhante ao meu desejo, o outro deseja?

Que relações cultivo?

O que me impede ser quem desejo?

Meus medos, de que?

Louco vive o que sente?

Saudável é palpável?

Sou melhor que o outro? Pior?

Comparo por que me falta?

O que me permito, o que a outros inibo?

O que posso? O que não?

O que cabe a mim, o que cabe ao outro?

A realidade determina a ordem dos passos?

*

O futuro é meu desconhecido. Sou o que hoje sou, a cada futuro que adentro encontro o novo. Sou neste momento experimentador. Tento, tropeço, aprendo.


Quando me repito, recordo, me educo. Tudo tentativa. Como naquele jogo, batalha naval. Volta e meia tiro n’água. A diferença é quando acerto.

*

No meu manual tem: inspirar, expirar, respirar. Atentar ao que sinto, ao que penso, falo, faço. Aprender a compreender, aceitar a mim, ao outro. Exercitar o afetuoso, comigo e ao redor. Separar minhas loucuras das loucuras do outro. Ganho e ninguém perde.

*

O humor como indicador: se de bom humor, estou bem. Se não, que faço?

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Já no ventre, talvez antes dele, o básico individual e coletivo satisfeito: que mais cada um de nós necessitará?

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Tento, aprendo o virtuoso, singelo, belo, contente? Escolho o que penso, escolho a palavra, seleciono o que faço? Que desejo?

*

Sinto que cuidar de mim faz bem a mim e a quem ao redor.

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Governar. Cada vê mais admiro Dilma. Se é tão difícil administrar minha casa, imagino um país, onde os moradores têm livre arbítrio e caracteres variados. E uns têm ética dentro de si e outros não.

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Ditadura. Aprendi lá em casa: reconhecer que errei me faz melhor. Desconfio de mim quando não reconheço meu próprio erro. Se reconheço, cresço. Se não reconheço, erro de novo. Confiarei mais, mesmo em quem errou, se reconhece seus erros. É errado colaborar com ditadores. A ditadura foi um erro. Qualquer ditadura: em mim, em casa, no trabalho, no país.

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Para estar assim, do jeito que me gosto, demorou tanto. Antes só soube ser do jeito que outros queriam.

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O que me incomoda no outro é o que sinto em mim. Pretensioso, julgo o outro pelo que sinto. Não falo dele, falo de mim.

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Tenho um padrão, minha voz me trai. Desejo ser o modelo, desejo ser aceito, reconhecido. Tudo um tanto por causa deste vazio que não conheço. E quando conheço, não entendo.

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Ralph Viana definiu: sério alegre. E foi e mais. O Alternativas no Espaço Psi – Psicologia Psiquiatria Psicanálise. Simpósio, encontros. Parque Lage, fronteira dos anos 70 e 80, mais de mil eus se encontram num pedaço do futuro à procura de si e de nós. Cada eu faz seu passeio, seu mergulho, escolhe uma e outra e mais outra das mais de cem vivências, palestras, debates, performances… Arte, ciência, espiritualidade, dúvidas misturadas como são.

*

Lapso, a memória afetiva se abstrai do tempo. Ali está aqui. Somos espaço, eu e lá. Me incluo no mundo, sou o mundo, represento o todo. Um homem incomum, como cada um.

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Penso na pior hipótese antes de iniciar uma compra, uma venda, um trato, um contrato. Penso em soluções caso aconteça a pior hipótese. Se permaneço tranquilo, sabedor que há saídas saudáveis, dou cada passo. Aprendi que dá muito trabalho corrigir ignorâncias. Mesmo assim, entre acertos, erro. Quando trato, combino o que agora desejo. Depois, adeus desejo, o trato já era?







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