sexta-feira, 17 de maio de 2024

120 linguagem dos sentimentos




120


O essencial me supre. O supérfluo me entope.


linguagem dos sentimentos



Aqui, dia de sol, do jeito que gosto, conversa, leitura, mexida no corpo e, daqui a pouco, me aproximo do texto que meio que edito. O básico pro almoço está prontinho. Agora é escolher.


Um sentimento de gratidão pelo que é, pelo que vivo, pela aprendizagem. Um tanto, novidades. Nunca vivi antes o que agora vivo – como, imagino, cada semelhante meu. Nada tem sido clarinho, mais pra leve difuso.


Quando atento a minhas sensações, um bem-estar, suave estado. Tenho me limitado por minhas próprias ignorâncias. E venho me reconhecendo como estou. Lento e disperso aprendizado.


Acredito que meu caminho é único, como único é o caminho de cada um… por cada um ser único, diferente do outro, mesmo compondo o uno todo vivo.


Vislumbro e arrisco. Minhas escolhidas responsabilidades me facilitam possibilidades de escolhas. Sei que agora está bom. Vou, então, cuidar dos textos.


Tem o deixar os dedos digitarem o que direto lhes vem de onde, de quem, não sabem. Talvez, como a consciência, a ideia esteja ali, neste não-lugar, além do corpo físico.


Alguns dirão, só imaginação. Outros sentirão, talvez sim, talvez não.


Já não me culpo pela aparente falta do que fazer. A realidade nasce do sonho, da imaginação. E, quando relaxo – sem nada fazer – me chegam ideias, imagino. Emergência, naturalmente, prioridade.


Tudo que é feito é antes imaginado, imagino. Ou sonhado, pescado no além de mim. Insights, compreensões vêm também assim. E cutucam visões de mundo e atitudes.


Simplificar minha vida tem facilitado meu bem-estar. Desde antes de me aposentar como trabalhador. Limito meus gastos ao que recebo, me adapto. Mantenho abertas comunicações abertas com quem me relaciono – a família, os amigos, o inesperado. Não me incomoda ter quase só o necessário para que eu viva a vida que gosto. Tipo, objetos só os que necessito. Tenho cuidado de mim como gosto ser cuidado. Cuido do outro como de mim, tem sido assim. Os sentimentos fazem sentido.


O trivial vira especial, só atentar. A linguagem dos sentimentos facilita. Tem sido assim comigo, falo de mim, me exponho, o caminho como se abre, agora aquele que ouvia fala de si, do que sente. Ninguém tem duvidado. Só eu sei o que sinto. Só cada um sente o que sente. Ouço, atento, o relato de quem viveu algo que não vivi. E sentiu o que não senti. Às vezes, muitas, me identifico, reconheço ali o que sinto aqui, fruto do que vivi.


*

Variada, a vida. Hoje, assim. Ontem, assado. Amanhã, nunca igual ao que desejo. Ou me adapto ou me entristeço. Sinto, reflito, aprendo e decido estar ou não estar, ser ou não ser. Única, a vida que vivo. Uma vida incomum, como qualquer um.


*

Eu, aqui, no mesmo lugar. A me perder, a me encontrar.


*

Controlo o outro quando o outro não deseja o que desejo.


*

O que desejo, no claro procuro. Quase nada vejo. Talvez no escuro.


*

Atenta mente ao diferente.


*

Amassos, não mais. Agora, normais, abraços virtuais.


*

Se satisfeito comigo, olho o mundo, meu espelho. Insatisfeito, amigo, o mundo espelho, pentelho.


*

O essencial me supre. O supérfluo me entope.


*

Se me conheço, cresço. Conhecimento é poder. Do que não sei, não usufruo.


*

Imagino tanta gente, como eu, em busca de si mesmo. Ora focado ora a esmo.


*

Administro sentimentos, é o que penso. Sentimentos administram meus pensamentos.

*

Quando escolho o médico, escolho o tratamento.


*

Saúde dá lucro pra quem tem. Doenças dão lucros pra quem lucra com elas.


*

Parece, a vida é assim, do jeito que escolho. Quando volto pro meu umbigo, reflito.


*

Mas, me completo, mesmo, é com quem se completa comigo. E eu consigo.


*

Intimidade, melhor com afinidade. Mexe, remexe, nós juntos, uma creche.


*

Cada ato meu, um ato político. Saudável ou raquítico, um ato político.


*

Somos todos um.


*

Que coisa boa, só ser, ganhar o tempo por prazer.


*

Ai, que dificuldade d’eu ser eu mesmo diante do outro.


*

Se sinto, vivo. Só vivo o que percebo do que sinto. Sinto, percebo, vivo.


*

Mais que penso, sinto. Sinto, logo, existo.


*

Que alegria, escolho boa companhia.


*
O desejo engravida o sonho. O sonho realiza o desejo.


*

Tão simples, posso fazer e faço. Torno melhor a mim e ao mundo com um abraço.


*

Redescubro, abraço é muito bom, é leve. Ao mesmo tempo que um dá, ele mesmo recebe.







 

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