quinta-feira, 9 de maio de 2024

128 quase abobrinhas





128


Sinto, qualquer mudança que eu faça em mim, me reequilibro de outro jeito.


quase abobrinhas



Tenho escrito o que me repito. Escrever tem sido terapêutico pra mim, expresso o que sinto. Como que falo. E meu corpo como que cala, satisfeito por eu me expressar. Acho é bom. Pois meu corpo fala, adoece, quando me tranco.


Sonho comigo dividido. Mais ainda quando, acordado, sei e não sou. Confesso, absorvo melhor, apreendo mais profundo da emoção que atento vivencio. Quando sei assim, saber proveniente da vivência, da experiência. Sabedoria.


Conheço um tanto do mundo muito pelo que leio. O tal do conhecimento que vem do não, por mim, vivido. Menos profundo, interage com a sabedoria.


Já a sabedoria, acho, deixa marcas mais profundas. Destas marcas que despertam lembranças.


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Lembrança, um passado presente?

Carrego tanta coisa em mim. O passado, adormecido, mas nem tanto. Revivo o que o gatilho aciona. Água no pote me traz Tia Odília, o pé de fruta-conde, o quintal que dá no rio. A foto de papai e mamãe jovens me traz passados. Um cheiro, um objeto, uma imagem, uma sensação, um som, um gosto me trazem algo do meu passado, me lembram o que vivi. Tornam presente o passado.


Lembranças de juventude. A liberdade de ser, as escolhas dos momentos, o mal quase à solta, os limites impostos de fora de mim, os cuidados do eu comigo, meus cuidados consigo, com todes, com tudo.


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Sinto, cada vez mais, há vida depois da vida. Neste sentir, pra quem morre, além da desejada boa e bela viagem, cabe um "Até já".


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E lá vêm livres associações… Me pergunto, o que me impede fazer o que, já sei, me faz bem?

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Dr. Luiz Moura utilizava pequenas pirâmides embaixo da sua Caixa Orgônica… e eu pouco sei sobre. Li, salvo engano, no livro "Experiências psíquicas atrás da Cortina de Ferro" – escrito por duas jornalistas americanas cerca dos anos setenta – sobre as medidas da pirâmide de Quéops e suas qualidades.


Do que me lembro – seus lados são compostos por quatro triângulos – a base de cada triângulo deve ser cinco por cento maior que cada um dos seus outros dois lados.


Assim, por exemplo, se cada um dos dois lados medir 20 cm… o terceiro lado (a base) deve medir 21 cm, isto é, 5% a mais.


Quando montamos esta pequena pirâmide, deixando sua base vazia, podemos utilizá-la, por exemplo, para gelificar leite ou afiar lâminas de barbear e tesouras. Fiz esta experiência algumas vezes – nos anos 70 e 90. Pirâmide feita, a posicionava com um lado voltado para um ponto cardeal específico e – dividindo sua altura por 3 – colocava, acho que na altura do segundo terço, minha lâmina de barbear para afiar. Ou, no mesmo lugar, leite pra gelificar.


Mas percebi que teria que pesquisar e estudar mais sobre pirâmides, se desejasse aprender sobre suas qualidades, digamos, positivas e negativas. Interrompi aí minhas empíricas experiências…


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Escrever tem me feito bem. Imagino parecido com a alegria que sua arte provoque no artista. Sinto, qualquer mudança que eu faça em mim, me reequilibro de outro jeito.


Pleno aprendizado, aqui. Decidi, quero viver bem e muito; então, só me resta tentar e aprender. Qualquer faísca de desejo, aproveito.


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Os melhores sonhos, os bons dias, a graça da leveza, a beleza das alegrias. Há momentos assim. Respiro e me entrego ao acaso. Aprendo só estar.


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Agora, me alerto, devo ficar atento às oportunidades. Tenho distraído, contornado meus segredos, conversado comigo, com meus medos… e me aliviado. Fiz – fizemos? – o melhor que soubemos. Absolvição sem penitência. Clemente comigo.

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La Fontaine acertou. O lobo falseia a razão. O que importa, na verdade, é a boa vontade. Santos humanos, somos tantos, somos muitos.








 

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