sábado, 4 de maio de 2024

133 prevalece o amor



133


Meus pensamentos são outros quando a brincadeira me alcança. Brinco como criança.


prevalece o amor



Um palco infinito, a vida. Fecho os olhos, imagino ao meu redor, um tablado. Várias cenas se passam. Ali, uma festa, acolá uma briga, aqui um dorme, mais além, a paisagem viva. E cenas e cenas e cenas, como na realidade da vida de cada um. E, como cada um, escolho.


Escolho porque entendo que só vivo o que percebo do que sinto. Aprendo estar atento. Quero perceber o que agora está sendo. E escolher.


Antes, foi menos fácil escolher. Como marcas, tenho medos. Prazeres que eu vivia, perdi quando acreditei nas histórias que me contaram. Tipos almas de outros mundos, mulas sem cabeça, defuntos e… mandamentos, pecados capitais, pecados veniais, o inferno, o fogo eterno, eternos sofrimentos. Prazer ligado a castigo. Medo, arrependimento, confissão, penitência, voltar a ser comedido.


Aprendo, ao viver. O que vivencio, permanece em mim. Um saber que posso ter é o me conhecer. Preciso aprender. Toda hora, aprendizado, escolha.


Arranjo logo critérios pro meu viver. Quero viver bem. Quero viver em paz comigo mesmo. Quero viver afetuosamente com cada um. Quero viver de bem com o mundo, do jeito que ele está sendo. Quero amar ao próximo como a mim mesmo.


*

Começo por mim. Livre, me limito à liberdade do outro. Quanto melhor me cuido, tanto assim me sinto e melhoro ao meu redor.


Vejo, vivo, pulsa tudo. Interligado, o mundo, o universo. Sei nada, voa a imaginação. Mas, se me ligo, sinto. O que me toca fica. Sou o que estou. O passado, presente. O que vivi está aqui. Sou papai, mamãe, irmão, irmãs, a árvore toda, raízes, galhos, folhas, aura. Sou, agora, um tanto, planta. O povo verde me acolhe, desperta. Visto pele de menino.


*

Bem, pra viver esta vida boa que quero, eu tento. Aprendo estar atento. Presto atenção no que agora vivo. Dentro e fora. Fico de olho em mim mesmo. As cenas se alternam, o palco gira. A cada passo que dou, a cada movimento que faço, o palco muda de lugar. É outra a cena. Cada cena, um convite. Escolho.


Escolho aquela guerra não. Eu, não. Quero viver e bem, o que desejo pra todo mundo que quiser também. Só luto a favor, não quero lutar contra.


Quero aquela vida calma. Escolho a vida calma. Aprendo, é novo pra mim, isto de viver o que desejo. Pé no chão me leva à infância. Gosto, são boas as lembranças. O calção me traz o rio, o mato, o sol, a brisa, a brincadeira, a pelada. A comida define o que viro. As plantas, fantasio e acredito, têm o gosto por mudar de vida, deixar de ser planta e ser eu quando comida.


Cada agora, um agora. Neste agora, o gosto do café, o prazer em escrever, a paisagem que escolhi. A vida tem sido assim. Eu me perco, quando esqueço. Quando lembro, fico vivo, amadureço, rejuvenesço.


Repito e acredito. Cada escolha que faço define a vida que vivo. Os resultados me animam. Simples mesmo. Vida longa, escolhas leves. Se pesadas, ô vida errada.


Ao mesmo tempo, outros planos, outros mundos, leves mistérios, mistérios profundos. As doenças surgem quando fraquejo. Quando fraquejo, adoeço. Se cuido do eu doente, a doença desaparece.


Se cuido da doença, cuido do sintoma. Se cuido do doente, desaparece a doença. Em mim, tem sido assim. Tenho cuidado de mim.


Esta, também, a minha questão de cada momento – ser ou não ser.


*

Se mexo na respiração – ou se mexo na alimentação ou se me mexo – tudo, em mim, se reequilibra de outro jeito.


Agrotóxico, o que é bom para o fabricante pode ser mau para nós.


Se divulgo quem me faz mal, mal me faço. Mas se cuido de quem me faz bem…


*

O eu manifesto: intenção + gesto.


*

Meus pensamentos são outros quando a brincadeira me alcança. Brinco como criança.


Estas pequenas decisões que tomo a cada momento – quando atento – definem a vida que vivo.


Pensamentos me vêm, a todo momento me provocam sentimentos. Escolho o que penso, o que vivo, se atento.


Não é que eu não tenha tempo pro prazer. É que escolho outras coisas pra fazer.


Perplexa, uma amiga descobre, mensagens falsas são enviadas em seu nome. Vixe.


Numa charge de Quino, Mafalda pergunta: pra onde vão os nossos silêncios quando deixamos de dizer o que sentimos?


Lá na escola libertária, uma alegria, prevalece o amor.


Não sabia, sem querer querendo, volta e meia digo mentiras a mim mesmo. Sofro quando me pego na mentira.







 

Nenhum comentário:

Postar um comentário