sexta-feira, 3 de maio de 2024

134 sonhei uma escola






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“Gentileza gera gentileza”. Aprendo toda hora:

quando sou gentil, quando são comigo gentis.


sonhei uma escola…



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Surpreendi-me com o que Freud diz, em cartas, a Ana, sua filha. Meus preconceitos o colocavam transcendendo o humano. E ele se mostra gente, um tanto como a gente.


2

Sonhei uma escola de bem-estar. Ela se concretiza onde se realizam aprendizados de estar bem integralmente – física, econômica, emocionalmente e mais. Aprendizes interagem com mestres onde alguns conhecimentos estão. Mestres, naturalmente – nos momentos que também aprendem – são aprendizes. Aprendizes, naturalmente – nos momentos que ensinam – se tornam mestres.


Bem além deste sonho, algum tempo depois tenho conhecimento de escolas livres, onde os assuntos, as matérias, são aprofundados a partir do desejo dos alunos. Ali, também, outros sinais libertários. Os pais participam das reuniões, decisões, mutirões. E alunos com idades diversas colaboram no mesmo espaço e ambiente.


Outras movimentos amorosos, percebo aqui e ali, se desenvolvem, em progresso da Humanidade. Tenho visto isto quando presto atenção ao meu redor e me abro emocionalmente.


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Gentileza gera gentileza”. Aprendo toda hora: quando sou gentil, quando são comigo gentis.


4

Anotações para um manifesto em favor de informações saudáveis: todo dia, ou quase, nas bancas, os mesmos jornais diferentes, as mesmas notícias semelhantes entre si. Isto aqui no Brasil. Isto na Europa. Talvez em todo o mundo. Como fontes, três ou quatro ou poucas mais agências de notícias, quando não uma só. CNN, Reuters, UPI, France Presse… Aqui, agências O Globo, Folha de São Paulo… Em que posso contribuir para melhorar, diversificar visões de mundo?


5

Passado recente, 2009: eu, sessenta e dois anos e nove meses. O horizonte mais perto. Cálculo otimista, sessenta por cento da vida já vivida. A intenção, há alguns meses, era só gravar vídeos e escrever. Tenho mais gravado que escrito. Giro em torno de encontros de redes comunitárias e de rodas de terapia comunitária. Gravei, com apoio de muitos, muitos destes encontros.


Caetano Dable transcreveu um tanto. Pedro Sarmento criou vinhetas. Cineastas amigos editam – Félix Ferreira, Katty Cuel, Alberto Mejia, Roberto Pontes, Phillip Johnston, Chris Agnese, Thiago Catarino, Tainá Diniz, Elizeu Ewald, – um vídeo, cada um de cada vez. Pedro realiza o design do DVD. Mejia e Phillip cuidam da veiculação na TV Comunitária do Rio de Janeiro. Rudá Almeida inicia o Youtube. Oscar Pereira, o Oscardigital, complementa e amplia pro Videolog. Glória, Jorge Rodrigues dão força. Jorge Dumas, o Russo, com Eliany, cuidam da casa.


Combinamos cuidar das falas e atos editados como gostamos que cuidem de nós. Evitamos constrangimentos, procuramos contribuir para o gosto de cada um por si mesmo. Os custos são limitados aos recursos disponíveis. Há intenção de que os vídeos possam ser úteis em qualquer época – são atemporais, estão no youtube.


O presente está assim. Já prontos o Terapia Comunitária – Conversa com Adalberto de Paula Barreto. E os Classificados Sociais de São Gonçalo, Tijuca, Ramos, São João de Meriti, Niterói, Madureira, Vila Aliança, Expo-Brasil. Os Livre Pensar Social relativos ao desenvolvimento local e à sociedade que desejo. Em edição o Rede Comunitária de Cultura de Minas Gerais, o Rede de Cultura de Santa Catarina, os Classificados Santa Luzia, o Contribuições para a Plataforma Urbana do UNICEF, o Vila Aliança, o Terapia Comunitária – 4 Varas, Auto-Estima. E o Retalhos, com depoimentos de terapeutas comunitários ativos pelo Brasil. Os custos integrais dos vídeos-terapia são meus. O Sesc contribui para a edição dos relativos a Redes e Livre Pensar.


Tudo singelo. Mais que documentários eu chamaria de falas úteis, videoregistros.


6

Depois que papai e mamãe morreram, tenho sido meu próprio filho.


7

A escola que sonhei e desejo. Conheci uma escola que é do outro mundo. A escola que desejo pros meus filhos, pros filhos dos meus amigos, conhecidos, desconhecidos. Uma escola que desejo pra todas crianças do mundo. É, também, uma escola para os pais.


O Colo da Montanha é um espaço de convivência e aprendizagem que resgata a memória de criar crianças em comunidade.


Centro de desenvolvimento da condição humana, com foco na autonomia pessoal, participação comunitária e consciência planetária.”


*

Ali, “Nossos valores” são:


Amor, nossa essência humana.


Entrega do poder de decisão, liberdade.


Respeito, espaços protegidos da comparação, da competição e julgamento. Solidariedade, olhar os outros, ouvir suas necessidades.


Autoconhecimento, perceber e agir sobre tudo aquilo que queremos transformar em nós mesmos.


Autonomia, se desenvolve através das relações humanas, com liberdade para experimentar, amor, consciência das limitações, respeito aos outros e compromisso com o coletivo.”


*

Quando conheci, a escola ficava no meio da mata. Era um dia de festa, cada criança focada na realização do seu desejo. Adultos facilitavam, cuidavam como, imagino, gostam ser cuidadas.


Entendi que, base daquele estado, havia amor e método. A criança aprendia a partir do seu próprio desejo, conteúdos oferecidos em função do solicitado. Prevalecem os valores praticados, aprendidos.


Não sei traduzir direitinho. Sei que vi crianças vivas, ativas, afetivas. Corriam, pulavam, aquietavam-se naturalmente. Veio em mim uma onda de alegria quando percebi o bem-estar. A memória avivou, lembrei de momentos afetuosos de minha própria infância. E como estes afetos da infância compõem minha vivacidade de hoje. Sou grato a quem me cuidou como gostaria ser cuidado. Obá. Saravá.










 

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