quinta-feira, 13 de junho de 2024

102 difícil, mas fácill

 





102


Uma brincadeira, a vida. Só existe o presente.

Parece, tudo vira passado, tudo passa.


difícil, mas fácil



Perdido, neste sentido. Não ter vivido o futuro. Não saber o que o futuro trará.


Perdido, também, no passado. Lembro um tanto, mas não tudo. Algum passado fica presente. Do que lembro, não tenho certeza. Talvez falsa a memória. Ou fantasia, quem sabe fruto do que desejei ter sido. Sobre o mesmo fato, o que conto é diferente do que outra pessoa conte. Somos únicos. Incomuns como qualquer um.


Mesmo fácil, difícil tem sido o presente. O presente tem sido difícil quando dificulto o presente. Quando complico o que é simples, dificulto meu viver. Mas, se descomplico…


Mágoas, por exemplo, que eu saiba, não tenho carregado mais. Doem muito. Fujo da dor.


Mesmo difícil, fácil tem sido o presente. Talvez meu presente seja difícil quando me sinto impotente, quando vejo fora de mim a solução dos problemas. Descobri que é verdade, há problemas cujas soluções estão fora do meu alcance, do meu poder. E há problemas com soluções ao meu alcance – aqui me sinto potente, me fortaleço para escolher o que me faz bem e está ao meu alcance.


Uma brincadeira, a vida. Só existe o presente. Parece, tudo vira passado, tudo passa.


Meu fortalecimento tem vindo com o aprendizado do reconhecer eu mesmo minhas qualidades. Por exemplo, gosto mais de mim quando me ponho tranquilo.


Facilita eu, hoje, saber que só posso dar a outro o que transborda em mim. E quanto melhor me cuido, melhor pra mim, melhor posso cuidar do mundo, melhor pra todo mundo.


O sol me fortalece. Um banho. Dançar me fortalece. Comida leve me fortalece. Conversa boa, boa companhia, ser sincero comigo mesmo, isto tudo me fortalece. O ar puro, o contato com as plantas, os bichinhos, as crianças.


Muito me fortalecem os bons pensamentos. Ô beleza, quando consigo fugir de inesperados maus pensamentos que me vêm sem mais nem menos. Outro aprendizado, tenho fugido deles, dos maus. E estimulado os bons. Bons chamam bons, maus chamam maus. Escapo do ciclo vicioso, aprendo o ciclo virtuoso.

Tudo isto, o que penso, falo, fantasio, sonho, desejo misturado com realidade. Bê-á-bá nesta nova vida que se repete. O melhor, é que compartilho porque gosto. Inda mais, isto me alegra, cabe a cada um escolher, ler ou não ler, ser ou não ser.


Tanto me repito que acredito. Venho aprendendo ser quem desejo ser. Fantasia e realidade se misturam, em mim. Aprendi também com noticiários, em suas misturas de ficção e realidade.


Por um tempo, deixei de ver noticiários. Agora, zapeio um tanto. Tenho valorizado mais o que acontece ao meu redor do que as informações virtuais que me chegam e que nem sei se reais. Falsas notícias – repetidas, repetidas, repetidas – dão ao falso, vida.


Pra todo lado que olho, vidas reais diferentes acontecem. Imagino – ao meu redor, como ao redor de qualquer um – um palco enorme. Aqui, vidas pululam, de tudo acontece. Posso escolher onde amarrar minha égua. Nestes palcos de vidas, tem brigas, mas tem festas. Dores e alegrias se alternam. Ao mesmo tempo – é só eu ficar atento – uma criança brinca, uma conversa amena, uma rede à vista, uma planta me chama, uma brisa, uma água, comida, conversa leve, um ombro, choro, gargalhada.


E eu, aqui, a escolher o que viver. O que bem me toca fica.


*

Fase egoísta, minha vida. Spotify, conheci outro dia. O headphone bluetooth, também. Pronto, lembro de uma e outra música das que gosto pra dançar sozinho, do meu jeito, movimentos mais sem jeito, tremeliques buscadores de espasmos, respiração, consciência, emoção. Quando consigo, a dança é uma reza, oração. Exercito meu corpo, liberto minha mente, me entrego ao que me chega.


Agora, aleatória minha playlist. As letras, não entendo, não sei a língua. A música é que me pega, me chama pro movimento. Excepcional Je veux legendado, mensagem libertária, Zaz canta.


E, inesperados, Sultan of swing, Talking Heads, Dire Strait de novo, Satisfaction, The Police...Duuummm, dum-dum-dum-dum-dum, dum-dum, dum-dum-dum-duummm… Estes rocks mexem comigo. Mas não só. Em outros momentos, outras emoções. São tantos os que me tocam. E o que bem me toca, fica bem.


Tanta coisa boa acontecendo no mundo, a toda hora. Agora mesmo, gastei meia hora a espalhar na internet informações que me fazem bem.


O TED com a Joana Félix a falar da sua história, tão parecida com tanta gente conhecida. O ‘Cohousing’: a revolução dos velhinhos contra a solidão. Um trecho de ”21 lições para o século 21”, de Yuval Noah Harari. Uma fala de Marcelo Dombroso que me facilita compreender o que está acontecendo no Brasil. Um recente depoimento de Lula a explicar o que acontece a ele e a nós. Uma escrita de Iara sobre mamãe e tia Wanda. Imagino, um desafio pra cada um, descobrir informação saudável e compartilhar com quem próximo, mesmo longe.


Descobri outro dia, meu Deus se alegra com minha alegria. Fortaleci muito. Assim, o divino sagrado que existe em mim saúda o divino sagrado que existe em você. Aleluia. Saravá. Namastê.







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