sábado, 8 de junho de 2024

107 escola




107


Tem as coisas práticas, tem o indefinível, o que vai além.


escola



Vem cada ideia pra Chico. Uma beleza. Só relaxar, lá vem clareza. Outro dia, pensou em escola. Lembrou das que frequentou, conversou com um, conversou com outro, resolveu visitar uma diferente. Nem se chamava escola, era um coletivo de educação. Foi descobrir.


Lá, quando os pais matriculam os filhos, além da colaboração financeira, se responsabilizam, também, por alguma participação. Um dia por semana, um dos pais cuida, junto, da comida. Outro, da arrumação. Mais outro, da horta. E cada outro, junto, cuida dos brinquedos, da parte administrativa, da computação, da biblioteca, da brinquedoteca, de cada fazimento que compõe um coletivo, uma escola. Ali, os pais são corresponsáveis pela formação dos filhos. E pela sua própria formação.


Ali, cuidadores cuidam de quem cuida. Problemas, na maioria, já vêm com opções de soluções. Reina mais a paz de espírito, a boa vontade. O ensinar e o aprender é mútuo. Sutilmente, ora ensina, ora aprende, ora é aprendiz, ora pai, professor.


Cada aluno escolhe a atividade, o aprendizado que deseja. Parece bagunça, não é. É a tal da liberdade com responsabilidade. Tem criança que não tem jeito pras matemáticas, mas é curiosa pelas artes, pela costura, pelas letras, plantas, esportes, medicinas. Descobre e aprende, naturalmente, o que gosta. Tudo, ali, se equilibra numa boa, dinamicamente.


A afetividade é constante, emoções são expressas. Todo afeto, um sucesso. Vale o ditado, “Quando a boca fala, o corpo sara. Quando a boca cala, o corpo fala, adoece.”.


Chico percebeu que não percebeu tudo. Mesmo tendo sacado que ali, também, é uma escola para os pais, para os professores, para quem dela participa.


Pensou: quando pequenino, um tanto se define o destino. E mais: pra quem, desde criança, cria necessidades, difíceis podem ser as mudanças quanto maior a idade.


Chico se surpreendeu com atitudes de crianças. O barulho da alegria, a ausência de histeria. O olhar curioso, a atenção no que faziam. As expressões de afeto, o respeito pelo outro.


Se surpreendeu, também, com os resultados nos pais, nos professores, em outros trabalhadores. A autoridade do saber, a humana igualdade. A solidariedade cultivada fora dali, a se espalhar pela sociedade.


Escolas, um tanto com características assim semelhantes, no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Escola da Ponte, Summerhill, Waldorf… Inda não sabe de outras, onde predomina o amor.


Chico sabe que está falando do que, ainda, muito não sabe. Mas, curioso como é, arrisca aqui despertar curiosidades de outros que, como ele, preparam, já, a si e a seus filhos pruma vida melhor, agora e depois.


Chico pesquisou, foi ao Google, se alegrou. Muitas informações disponíveis. Há anos, já florescem no Brasil escolas que têm como referências a Escola da Ponte e a metodologia Waldorf. Só como exemplo, leu no Wikipedia:



Escola da Ponte

É uma escola reconhecida mundialmente pelo seu projecto inovador, pois desde 1977 que o lema desta escola é "tentar fazer crianças felizes" e baseia-se na autonomia dos alunos e professores, assim como, rompe o sistema padrão de seriação/ciclos adoptado pelas restantes instituições de ensino em Portugal e grande parte do mundo.

É uma escola com práticas educativas alternativas, desde 1976, que se afastam do modelo tradicional, embora se insiram num método de Ensino designado por indirecto.

Tem como máxima o ensinar a liberdade responsável e a solidariedade.

Assim como os alunos são educados para serem cidadãos, exercitando a cidadania. São chamados a praticar a democracia dentro da própria escola, como cidadãos autónomos. Na prática, tal como numa democracia directa, organizam assembleias gerais e debates para resolverem problemas de disciplina e outros entre eles. O aluno e mesmo o professor que desrespeitar as regras, predeterminadas por eles mesmos, é convidado, perante todos, a reflectir e pronunciar-se sobre seu comportamento dentro da escola.

O espaço é estruturado de modo que todos possam trabalhar com todos. Nenhum aluno é aluno de um professor só, nem um professor é professor só de alguns alunos.

…”



Summerhill

Esta tornou-se ícone das pedagogias alternativas ao concretizar um sistema educativo em que o importante é a criança ter liberdade para escolher e decidir o que aprender e, com base nisso, desenvolver-se no próprio ritmo.

Hoje mais de 200 escolas espalhadas pelo mundo seguem os seus ensinamentos (50 só nos Estados Unidos) e estão a crescer todos os dias.

…”



Waldorf

A pedagogia procura integrar de maneira holística o desenvolvimento físico, espiritual, intelectual e artístico dos alunos. O objetivo é desenvolver indivíduos livres, integrados, socialmente competentes e moralmente responsáveis. As escolas e professores possuem grande autonomia para determinar o currículo, metodologia e governança.

Existem atualmente mais de 1092 Escolas Waldorf no mundo e cerca de 1857 jardins de infância, localizados em mais de 64 países, sendo assim um dos maiores movimentos educacionais independentes do mundo.

...“



*

Chico nem sabe porque sente que sabe. Chico intui. Quase tudo novidade, nunca antes vivido. Tem as coisas práticas, tem o indefinível, o que vai além. Hoje, Chico sente que é.







 

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