sexta-feira, 7 de junho de 2024

108 sei mais, mas mais não sei




108


O real a ser o sonho, ausente o tempo, ausentes as faltas. Amor e calma.


sei mais, mas mais não sei



Zezé se mostra. Agora, Zezé – incomum como qualquer um – se vê como eu. E relata: sou um curioso, não um cientista. Cientista, só de mim mesmo.


Ontem me permiti me aproximar da natureza, ver estrelas, vagar. Meu corpo naquela postura de quem dança, um fio invisível a me puxar inteiro desde o centro da minha cabeça. Os braços a balançar – pra frente, pra trás – um menino a brincar, como ensinou Castañeda.


Em pé, joelhos fletidos, pés plantados, no ponto do equilíbrio, ampliei o vaivém do ar, me entreguei aos reflexos. A mente vagou, difusa misturou-se ao todo. Eu, tudo um. Únicos, fora e dentro, o todo e eu. Linguagens de sentimentos. Como centelhas, pensamentos, sensações. Outros mundos, outros planos, dimensões. E, em acolhidos impulsos inesperados – movimentos aleatórios espontâneos – o corpo dança, espiritualizado.


Estado alterado, percepções expandidas, vejo o que não via, sinto o que não sentia. Chego à fronteira. Há vida aqui e ali. Consciência em cada ser, sejam águas, plantas, pedras, animais. E, inda mistério, mais. Mundos desconhecidos, um só mundo, juntando tudo. O pulsar de cada um a reverberar no todo. Sou um com o todo. “Ubuntu. Eu sou porque nós somos.”


A consciência se expande, clareia. Sensação do amor presente naquele um que somos nós. Meus preconceitos me cutucam, a cultivada compaixão me acalma. E, pra todo lado, vida. Medos e alegrias vão e vêm.


O real a ser o sonho, ausente o tempo, ausentes as faltas. Amor e calma. Saio diferente do que entrei. Sei mais, mas mais não sei. Fica uma nascente sabedoria.


Crença. Talvez só imaginação, dirão. Talvez sim, talvez não. É que tem coisa que não percebo. E perco. Só vivo o que sinto. Só sinto o que percebo. Uma novidade, aprender a viver.


*

Proesia. Eu ia, ria, ora rosa, dança, prosa, poesia. Aflora a criança. Adultos se soltam, voltam à infância. E crianças, médias, grandes, pequenas, brincam que brincam, apenas. Vem o desejo, que seja, nasce o movimento.


Muito simples, assim, fazer uma bola de meia. Aí, são outros quinhentos.

Busco aqui os materiais: 1 meia, pode ser nova, pode ser velha. 1 pedaço de pano para enchimento. Pode ser uma camiseta velha, um pedaço de pano rasgado, um monte de palha, um monte de folhas, algodão de estofador… Do jeito que quiser quem fizer.



E mais: 1 cordão ou um elástico – cerca de 1 metro, pra menos, se quem fizer quiser uma bola de meia diferente, boa pra inventar brincadeiras.



Agora, os “equipamentos”: 1 agulha, 1 linha ou barbante ou fio de nylon, 1 tesoura pra cortar a linha.


“Equipamentos” e materiais à mão, vamos à feitura:


a) Faça um bolo com o enchimento que vai usar (pedaço de pano, pedaço de algodão, palha, sei lá…) - tipo bola, não precisa ser perfeita.

b) Enfie este bolo dentro da meia, até o fim.

c) Amarre a ponta do pedaço de barbante ou do elástico de cerca de pouco menos de 1 metro ao redor da meia, pertinho do bolo que foi feito. Vai ficar uma parte da meia que não foi enchida de nada.

d) Enrole um pouquinho a meia e a vire meia pra cobrir de novo a bola. O barbante ou elástico antes amarrado vai junto (pra, ao final do fazimento, sair da bola, como um cordão umbilical).

e) Procure um jeitinho de costurar a boca da meia ao corpo da bola.



Pronto! Parabéns! Agora é treinar embaixadinhas, cabeceamentos, bambolês, roda-roda... Até pra socar, dar socos, botar raivas pra fora, servem… e mais o que cada um inventar…



Percebo, agora, que é um brinquedo ótimo pra pequenos espaços e apartamentos. Talvez crianças gostem. E adultos virem crianças. Obá! Inventei outro dia. Que alegria!

Um vídeo que fiz, mostra como fazer esta bola, só procurar no youtube:

444 Como fazer uma Bola de Meia”. https://www.youtube.com/watch?v=jb-I2Pg5xmo


*

Aqui, nesta meia hora que antecede o sono, me deixando levar pelo desejo da agora. Me sinto do jeito que gosto.

A tela do celular escureceu, não tenho, acho que ainda, acesso a tudo que o desajustado celular contém.

Articulei um outro. Estou aprendendo. Inda não presente o whatsapp e quase todos contatos, por exemplo. E a operadora do celular que uso só pega, e fraca, aqui pertinho desta janela.


Por um momento, me senti perdido, sem comunicação com o mundo, aqui, meio no meio do mato. De imediato, descubro, aprendo, me alegro, me desligo do celular, me ligo em meus sentimentos.


*

No youtube, tenho me surpreendido com as experiências de quase morte, relatadas por quem viveu, no canal “Afinal, o que somos nós?”. Sinto, o mundo ganha outro sentido.


Depois, no Netflix, assisto um belo documentário sobre George Harrison, o beatle incomum, como cada um dos outros beatles.


Durmo leve.





 

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