quinta-feira, 6 de junho de 2024

109 matéria bruta para sonhos




109


Imagino: relaxar facilitaria partos sem dores.

E toda sorte de amores.


matéria bruta para sonhos



Sinto algo das plantas, me emociono, não sei definir. Assim, também, cada vez mais, em relação a animais. Possibilidades de comunicação direta, tipo sinto aqui-sente aí. Ausência das linguagens que conheço – a palavra, o som, o gesto, a atitude, o gosto, o toque…


Tenho gostado do mistério. Mais ainda, deste jeito meu meio tosco, das plantas com que, com quem interajo. Desconfio, estou virando vegetal. O vegetal que como se transforma em mim, sou o que como…


Escrevo meus sentimentos e desejos. Tudo, pra mim, novo. Sentir, escrever… Gosto da linguagem dos sentimentos. Aprendo esta antiga nova língua. Sinto o que escrevo.


Em algum momento, estou o que sinto. Em outros tempos, ausente de mim, nem percebo o que sinto: não vivo.

Talvez seja assim, a vida, como percebo. Pelo menos pra mim. De quando em vez, uma percepção. Uma sacada, um insight, uma compreensão… abre uma janela, amplia minha visão, facilita meu bem viver. Tudo matéria pra sonhos. Novidades, medos, aprendizados. Tenho pensado e me repito. Tanto repito que acredito e sinto ser o escrito.


*

Quanto mais respiro, mais sinto. Quanto mais sinto – e percebo – mais vivo.


*

Imagino: relaxar facilitaria partos sem dores. E toda sorte de amores.


*

O amor, enquanto dura, é terno.


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Idade, uma bobagem. O que vale, mesmo: boa vontade.


*

Vida viva. Moças escolhem homens por quem desejam ser colhidas.


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Sou gari, garimpo. Limpo meu espírito.


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A polícia que desejo se cuida. Trata bem a si e a não importa a quem.


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Suas alegrias me alegram. Uma alegria saber.


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A boa vontade facilita a vida.


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Só, talvez, precise de colo, o menino dentro do assassino.


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Memória: em cada ruga, misteriosa história.


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A memória, ausente. O futuro, mistério. O agora, presente.


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Alerta: o que estou nos afeta.


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Quanto mais rio do outro, mais me descubro. De mim é que rio.


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Em você censuro o que em mim não aventuro.


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Desperta minha atenção, o atentar onde minha atenção está.


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Imagens, sonhos, sexo, artes e mais e versos: chaves de universos.


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Quando acordo, acorda a razão. Se adormeço, inconsciente visão.


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Em cada quebrada, sou tudo, sou nada.


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Aqui, lá, em todo lugar, pulso, pulso no meu campo, surjo, desapareço, tamanho. Presente, amplio o finito, o infinito acompanho.


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Muitas vezes desejo que o outro seja o que não consigo ser.


*

Saudável comportamento. Alimento minha alegria, dia e noite, noite e dia.


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Escolho que morro, a cada vez que me mato, num ato que faço.


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Em casa, um lugar pra cada coisa. Tudo volta pro mesmo lugar.


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Sou o que consigo ser, sou o que sou consigo, amor. Consigo como comigo, consigo ser o que sou.


*

Ouvi dizer que Nietzsche teria dito: mentir pro outro pode ser fácil. Difícil é mentir pra si.


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No futebol, gente, cada bola que chega, uma batata quente.


*

Falsas notícias, repetidas, repetidas, repetidas… dão, ao falso, vida.


*

Ao refletir, aprendo pensar, sentir, escutar, falar, agir.






 

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