sábado, 6 de julho de 2024

84 falsas memórias



84


Pequeno eu pra tanto tudo.

falsas memórias



Lembranças ocultas, falsas lembranças, histórias difusas, segredos de família, isto que sei e nem sei que sei, está em mim desde antes, aflora inesperado, me desnorteia e esclarece.


Estes mistérios profundos, presentes em cada coisa, em todo afeto, arrepio, reflexo, insight, sentimento. Isto que me anima e deprime, que me invade e sai fora, que é rápido e demora. O mesmo que me antecede, me mede, me impede ser o bruto que sou, me impele ser uma flor, só amor. Aquilo que me vem em sonho, me empina o sexo, me molha, me faz complexo.


Vida depois da vida, infinita vida. Morte como rito de passagem, nascimento como rechegada. Eu, neste vai e vem do ser animal, planta, pedra. Cachorro, gamela, ela. Ora micro, ora macro, ora tudo, ora nada, ora sempre, ora nunca, ora claro, ora oculto, ora presença, ora ausência, ora bento, ora mora, ora centro, ora borla, ora dentro, ora fora, ora chora, ora ora.


*

O que agora vivo, nunca antes vivi. É novo, aprendo. Tudo, tudo novo, toda hora. Nada como antes, nem aqui nem agora.


*

Eu, como quem sente como eu, sou o outro, a outra, o todo. Pedacinho do Universo. E vice-verso.


Tenho me interessado por estados alterados de consciência, algo que não sei bem o que é. É onde hoje aprendo sentir o que vivo, viver o que sinto. Pequeno eu pra tanto tudo.


Pouco sei do que acontece fora de mim. Tampouco sei de cá dentro. Mas, desconfio, quase sei, quando foco e escolho, leves pensamentos me provocam sentimentos com os quais me sinto bem.


*

Sinto, logo vivo. Vivo quando percebo o que sinto.


Creio no que vivo e sinto. Minha crença vem do que vivo, sinto e percebo. Como, imagino, a fé de cada um vem do que cada um vive, sente, percebe.


*

Meu desafio constante – como viver, bem, neste mundo, do jeito que o mundo está sendo? Atento, tento, experimento, me avivo a cada vivacidade que acolho. Me mato a cada ato que mal me faço. Escolho a toda hora, se vivo, se morro.


*

Rico mesmo me sinto quando estou contente. Aprendo estar, aqui, no presente.


Talvez, também, se amplie o mundo fora de mim. Além da economia, o que nos guia?


*

Quem sabe

Pra quem desde criança cria necessidades, difícil pode ser a mudança quanto maior a idade.


Aquela que, desde o ninho, pra quem o que for será, terá mais fácil caminho. Ou rumo incerto, sei lá.


O que é certo ou errado, que crime merece castigo, onde vou, pra que lado, eu não sei, sabe o amigo?


*

Meus filhos,

um lado vivo, um outro morto, ativo, torto, sou seu modelo. Como não sê-lo, sendo seu ninho?


Quanto aos caminhos, selecionemos os mais amenos. Sei que não devo gerar conselhos, sem mais nem menos, aos meus espelhos.


*

Alforria

Sou governador, sou presidente, do meu amor, da minha mente. Bom dia todo dia, boa noite toda noite, boa vida toda vida.


*

Desejo, pra mim, como pra cada um de nós, faça as melhores escolhas. A toda hora, aqui, como agora. Desejo a cada um o melhor que cada um deseja a outros. Desejo a cada um o que pra mim desejo – vida boa, do jeito que goste, lhe faça bem e a outros também.


*

Esboço, risco meu rico destino, arrisco. Um pé na estrada, antes organizei, me resumo à mochila… e aprendo viver esta liberdade que desejo, neste mundo como este mundo está sendo. Desejo as melhores escolhas. Escolho os melhores desejos. Tropeço, erro, acerto. Tatibitato meus primeiros passos. Às vezes confundo imaginação e realidade.


*

Choras?

Difícil é suportar alegria. Tristeza era fácil. Matava no peito todo dia.


*
Ando rindo dos problemas que tive semana passada. Mais ainda porque já não me lembro quais foram.

Um dente quebrado. Colado. Um refluxo, mudei alimentos e horas, cadê? Pesadelos, insônias, se foram. Hoje, de novo, tão cedo, a preguiça me domina. Relaxo, pronto pro cutuco da faísca. Relaxo, pronto pra alegria da faísca. Pouco a pouco, construo meu jeito de bem-estar. Itutatu?







 

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