terça-feira, 15 de outubro de 2024

19 coração





Escrevi há, sei lá, oito anos,

em 2016 ou 2017


19


Estas pequenas escolhas de toda hora,

descubro,

têm determinado os sentimentos que vivo.


coração


Ao completar 70 anos, fiz alguns exames. O primeiro, ergométrico, pediu um segundo, cintilografia. Desconfiado de entupimentos em minhas artérias do coração, um terceiro, cateterismo, confirmou: cinco obstruções graves. Uma com 50%, duas com 80%, outra com 85% e a última com 95%.


Consultei-me, do que me lembro, com 13 médicos, especialidades as mais variadas… Todos indicaram a necessidade de pontes de safena. Relutei, com medo. Isto significava abrir, serrar meu peito, retirar o coração por alguns momentos...


Queria saber as causas, não conseguia. Fiz ecocardiografia, raios x, ecodopler, exames de sangue, urina, usei holter… Conversei com safenados, stentados, com quem, experiente, vivenciou algo semelhante. Descobri que minha questão do coração era, é sistêmica. Em algum momento, inda que operado, se eu não cuidasse das causas, correria riscos de novos entupimentos.


Mesmo assim, desisti, me entreguei, escolhi o médico-cirurgião. Meu plano de saúde permitia. Alguns exames preparatórios eram necessários. Entre eles, o dentário indicou uma cárie de acesso complicado. O dente foi extraído, tomei antibiótico, fragilizei, gripei.


Tomei coragem, botei um vídeo na internet, falei dos meus medos. Choveram informações, aconselhamentos, apoios. Uma amiga me falou de um cardiologista amigo. Cirurgião, professor de medicina, homeopata, vegano, experiente. Fui vê-lo.


Consulta profunda, detalhada, levei todos os exames. Falou: situação complicada. Mas, se você mudar radicalmente a alimentação, o estilo de vida, em 15 dias os sintomas devem desaparecer. E, em 3 a 5 anos, talvez haja uma reversão.


A confiança se estabeleceu quando percebi que o médico praticava em si o que a mim recomendava. Topei na hora. 24 de agosto de 2016. Alimentação só vegetal, nada animal, nem mel. E gorduras, nenhuma. Nem vegetal, tipo azeite, coco, abacate.


Além disto, retirou os remédios alopáticos, só manteve um comprimido diário de AAS infantil. E, unicista, receitou-me um único remédio homeopático.


Mergulhei na orientação. Em 12 dias, meus sintomas desapareceram. Meus intestinos passaram a funcionar como nunca antes. Sono, o mais tranquilo. Alguns meses depois, meus exames indicaram taxas normais de colesterol, glicemia…


Estou firme em cuidados comigo. Tanto no que se refere à alimentação quanto aos remédios. Gasto em comida orgânica, de qualidade, o que não gasto em farmácia. E a comida, ô surpresa boa, é deliciosa, farta, variada.


Hoje, passados tantos anos, permaneço me sentindo muito bem. Mesmo perna de pau, joguei um futebol amigo – com criancinhas – há 3 semanas atrás. Fiz gol. E estou adorando a comida que como, a vida que levo. Caminho praticamente todos os dias, faço uma leve ioga. Não fumo, não bebo.


Importante, pra mim, ler, por orientação do cardiologista hoje amigo, o livro Salvando o Seu Coração, do dr. Dean Ornish, editora Relume Dumará, publicado na década de 90. Só o encontrei na Estante Virtual. Depois, li também, do mesmo autor, Amor e Sobrevivência. Estimulante, animador.


Também fundamental para o meu equilíbrio, em comum acordo, consulto-me periodicamente com minha médica homeopata que, sinto, muito de mim me conhece melhor que eu próprio.


E, confesso, tenho aprendido a escolher o que leio, o que ouço, o que vejo, o que toco, o que falo. Estas pequenas escolhas de toda hora, descubro, têm determinado os sentimentos que vivo. E, do que percebo, vivo mesmo é o que percebo do que sinto.


O que, naquele tempo, era um problemaço, virou oportunidade de uma vida nova e boa. Sou grato, profundamente, a quem, tão bem, me cuida e orienta.


Passados dois anos naquele estilo saudável, confesso, voltei a beliscar um queijo, comer um ovo, eventualmente uma carne. Meu corpo sinaliza, se ressente. Arrisco minha vida, mesmo consciente: pensamentos, sentimentos, falas, meus atos, de fato, decorrem de escolhas que faço. Sou um tanto responsável pela vida que vivo.









 


 

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