quarta-feira, 9 de outubro de 2024

24 veneno para crianças



24


E assim tem sido. Desde 1981,

quando escrevi este texto. Ou antes.

veneno para crianças


O humano aprende do que vê, ouve, tateia, cheira, bota na boca e sente. Talvez não só. Mas, desde criança transforma-se no que lhe é apresentado como modelo. Enfim: o humano de amanhã deverá ser fruto do que hoje aprende e sente.

Quem hoje vê na tela a violência como ato rotineiro, talvez rotineiramente conviverá com a violência. E naturalmente outros exemplos de todos os momentos contribuem também para a deformação de homens de amanhã. Ontem mesmo não nos disseram que éramos a esperança do futuro? Nós não somos marcados pelos modelos que nos foram apresentados? O futuro de ontem não é agora?

Num mundo tão maluco como é o que vivemos, a todo momento me pego querendo que outras pessoas se modifiquem, para que este mundo seja modificado. Mas a alteração de comportamento de outras pessoas está fora do meu limite de atuação.

Gostaria que as pessoas que detêm o poder público fossem melhores do que eu, racionais e humanas, sábias, atuantes, ternas e de bom humor. Mas não tem jeito, não conseguem enxergar muitas soluções que parecem óbvias a pessoas que permanecem vivas emocionalmente.

Um exemplo próximo a todos nós é a televisão, com programas influindo diretamente no comportamento de quem os assiste: o moralismo, o preconceito, a violência, a fofoca quase sempre presentes. E se são crianças os espectadores, a tristeza se multiplica: quase 24 horas por dia a televisão está deformando adultos do futuro.

Sinto-me impotente diante de tantas mudanças necessárias: o meu poder de influência sobre o atual estado das coisas é mínimo. O que fazer?

De tudo isto e de não sei o que mais, veio a necessidade de refletir sobre uma humanidade nova. Falo por mim, cheio de dúvidas. Sem a certeza absoluta nas reflexões e nos resultados. A certeza de agora, o que acredito agora, tento traduzir.

E assim tem sido. Desde 1981, quando escrevi este texto acima. Ou desde antes.


Pra ler no banheiro


Melhor me escuto, quando em silêncio.


*

Em mim, alguns mortos, vivos. Alguns vivos, mortos.


*

Mesmo velho, tudo novo. Nunca vivi o que agora vivo.


*

Ah! Quanto tantra, juventude sem idade. As alegrias são tantas, são tantas as novidades.


*

Se cuido das causas, os sintomas se vão.


*

A morte, uma bolha. Como a sorte de escolha que faço, desatento, a cada momento.


*

Desconfio de mim, quando assim. Como bem desconfio de quem, quase como um lema, vê os problemas sempre fora de si.


*

Corpos vivos, amores ativos, acalmam almas.


*

Imagino, quem inventou o lego, deita em conchinha, se aninha, mistura egos. Cutuca, futuca, acha, encaixa.


*

Pulsar, meu bem, é isto, Ora ponto, ora infinito.







 

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