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Parece que a insuficiente inteligência emocional da cúpula estimula o desequilibro do corpo da instituição.
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Abstraio o tempo. Antecipo o futuro, vivo agora o que desejo. Hoje foi ontem: agora tento separar minhas neuroses das de outros. Não posso viver o que não é meu.
Isto tem sido aplicado no meu dia a dia atual. No trabalho, especialmente. É que a instituição em que vivo está confusa, insegura. Não tenho informações suficientes para avaliar. Quando falo eu, talvez represente nós. E o que escrevo, sinto como verdade no momento que escrevo.
Sei que os dirigentes da instituição em que trabalho não tomam conhecimento do que realizo. E assim não recebo reconhecimento. Como tenho estado seguro em relação ao que crio e faço, vou em frente. Arrisco. A ética me guia. A missão da instituição me facilita: trabalho pelo bem-estar de menos favorecidos, articulo redes comunitárias, fomento circulação de informações de interesse coletivo.
Talvez algumas causas da insegurança institucional estejam na sua cúpula. Tudo talvez: briga de cachorro grande pelo poder? Que inclui interferir no cotidiano e no futuro de mais de mil funcionários, no destino de centenas de milhões de reais – dinheiro público – disponíveis anualmente, na utilização da infraestrutura física e técnica construída nos últimos sessenta anos.
Periga a credibilidade, interna e externa. A rádio corredor traz notícias, saiu ontem o diretor-geral, entra o terceiro deste ano. Neste mais de 8 anos aqui, não conheço um funcionário próximo que tenha tido acesso humanista ao presidente.
Um e outros funcionários são demitidos. Tudo isto sem nenhum comunicado ao conjunto dos que trabalham. Se as avaliações são pelos erros, “melhor nada fazer”. A sensação é de desproteção, menosprezo. Parece que a insuficiente inteligência emocional da cúpula estimula o desequilibro do corpo da instituição. Interrupção brusca de projetos, ausência de definições, corte nas comunicações humanas são base para insegurança e desmotivação crescente.
Ficam dúvidas: como pode um diretor-geral com formação em finanças – pressupõe-se interesse prioritário pelo lucro financeiro – cuidar de uma instituição cuja missão visa lucro social? Como pode uma instituição com fins sociais ter um fabricante e comerciante de bebidas alcoólicas como seu presidente?
Talvez até estejam sofrendo lá em cima. Nem posso ser solidário se nada sei. Talvez não saibam que sua função é servir ao público, facilitar o trabalho dos que comandam.
Talvez, também, esta insegurança coletiva esteja contribuindo para o afloramento de doenças em outros, como em mim.
E talvez um ou outro – cada um dos funcionários? – não esteja exercendo a responsabilidade incômoda de expressar seus incômodos.
Escrevi o texto acima, em 2011, focado no Sesc Rio, onde trabalhei por 10 anos. As reflexões, abaixo, são mais recentes, têm origem no que agora vivo, em 2017.
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Viajo em meus pensamentos. Vagueio em mim, tento me encontrar. Um turbilhão. Ninguém saberá o que não digo. Nem saberei o que não disse quem eu procuro. Mais um dia assim, eu longe de mim.
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A fim de outra história, a caça enlaça o caçador. É o amor. Meu desejo seja o destino de sua procura.
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Gasto tanto tempo tentando mudar o comportamento do outro e me esqueço de mudar, em mim, este vício de querer mudar o outro.
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Pura consciência, às vezes o diagnóstico mata mais que a doença.
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Dinheiro tem preço. Sempre, um tanto da vida.
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Minorias são maioria. A menor delas, eu.
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Se me trato bem, profundo, trato bem o mundo. Todo afeto, um sucesso.
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