domingo, 5 de outubro de 2025

Tremo

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Tremo, eventualmente.
Quando desejo tremores, deito de barriga pra cima, nu de preferência, longe de refeições,  me entrego à respiração profunda, permaneço atento.

Passa um tempo que nem sei, inesperadamente, um tremelique ali, outro acolá, deixo estar, não coço. Entregue que estou, respiro e respiro.

Os tremeliques se alastram, ondulo. 

Junto com o reavivamento do corpo, lembranças, alguma emoção.

Duvido de mim, sem certeza de fantasia minha ou minha realidade.
Assim, sinto, quando me permito usufruir do que tenho aprendido, me renovo.

Estes movimentos - exercícios? - aprendi com Romel Alves Costa, meu querido terapeuta reichiano, na década de 70, lá se vão uns 50 anos. 

Volta e meia vem a vontade, relembro outros, cutuco emoções. Ora raiva, ora não sei, revivo eu bebê, redescubro memórias.

Agrada, me agrado, mesmo um tanto vago. Quando experimento, me alimento emocionalmente. 

Passo tempos sem praticar, como que esqueço, talvez defesas minhas contra insuportáveis alegrias. Estas, resquícios da minha catequização infantil, com minhas decorrentes associações de prazeres a castigos...

E, para evitar castigos, minhas fugas dos prazeres, a tal - vez por outra consciente - insuportável alegria.

Incompleto, este um meu quebra-cabeça.

Ah! Tremeliques também me invadem quando, em posição grounding, me entrego ao som dos tambores e cânticos em rituais afros, Candomblé e Umbanda.

Romel, lembro, pesquisava, conosco e em nós, influências de músicas em nossos corpos, segmentos e sentimentos.

Mas aqui mais vaga memória.

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