Ao meu lado,
mama tranquilo um neném,
olhos nos olhos da mãe,
o pai, em pé, calado,
como que diz: meu bem.
Ali e acolá, mãos dadas,
um beijo, uma gargalhada.
Predomina a alegria.
Mais que manifestação,
democrática confraternização.
Amigos, amigas encontram,
se abraçam, conversam.
Lá em cima, o helicóptero,
não sei de quem,
observa, parado.
Agrupados, guardas municipais,
militares-policiais, atentos,
descansam em seus postos.
Eu me sinto em casa, sentado
no sopé da bunda
daquele cavalo, montado
pelo suposto herói da estátua.
Findada a jornada diária,
chegam mais, mais
e mais trabalhadores.
O público, pouco a pouco aumenta,
aumentam o burburinho, o ti-ti-ti,
os abraços, um e outro amasso.
Nenhuma raivosa expressão,
necas de agressão.
Cada um se acha e relaxa.
Confraternizamos.
A alegria impera, ali
se confirma a democracia.
São, sei lá, 19 horas
na Praça XV.
Rio de Janeiro
Brasil
18 de março de 2016
4 minutos e 41 segundos
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