terça-feira, 11 de julho de 2017

Água no fogo - uma vida incomum como qualquer um 49






uma vida incomum como qualquer um 49

Água no fogo


1
Jogador de futebol: cada bola que chega, um novo problema para ser resolvido rapidamente.

2
Instituições são compostas por pessoas as mais diversas. Umas com umas características, outras com outras. Ando refletindo sobre comportamento, o meu, o de outros. Tenho vazios que levo desde muuuuuito tempo atrás... e tenho descoberto que muitas das minhas carências atuais têm que ver com estes vazios antigos.

Imagino que pessoas que roubam ou mesmo que acumulam coisas e sentimentos talvez tenham, por exemplo, sido desmamados cedo. Ficou aquele
vazio “que não sei o que é, só sinto...”. E aquele sentimento que “o mundo me deve... e tomo do mundo o que o mundo me deve...”. Enfim, pessoas que sentem que o mundo lhes deve.

Chutando, se psicopatia define aqueles que não têm remorso, não sentem culpa... e com isto, naturalmente sofrem sem saber “com este vazio que não sei de onde vem...”, tendo a sentir medo e, contraditório?, compaixão.

Enquanto isto, como diz o cantador popular, a cada passo que dou o mundo muda de lugar.

3
Aqui em casa, quase sempre há água no fogo, prum café ou prum feijão.

4
O presente passa. Em relação ao outro, de um lado muitas e boas satisfações. Leveza no trato, profundidade nos assuntos, comida e diversão saudáveis. De outro, cada vez mais frequentes e intensas, crenças e interesses diferentes. Temos, boa parte do tempo, conversas repetidas, círculos viciosos. Sofremos. Copos cheios, gotas de irritações, transbordes. Vaivém agudo.

Relembro, quando o passado era presente, o que senti, refleti, me escrevi. Histórias se repetem, diferentes, semelhantes. A imagem, espirais como retratos de repetições, mas novidades. Nas novidades, outros ciclos despontam, agora virtuosos. Como na história bíblica, vacas magras intercalam
gordas vacas.

5
Tenho outros lados. Sou um tanto Tarzan, Mandrake, Super-homem. E São Francisco, Reich, Rajeneesh, Freud, Laing, Jung. Sou meu irmão, minhas irmãs. Meus filhos e eu somos um tanto um e outro. Sou papai, sou mamãe. Algo fica em mim de quem me emociono.

6
Tão bom ler sem ter que fazer provas. Relaxo e gosto.

7
Pedro fala: muita gente reclama de falta de tempo. Pra mim é falta de organização. Eu complemento: também falta de se dar limites.

8
Compartilhar sentimentos, conhecimentos e objetos têm me trazido sentimentos, conhecimentos e reconhecimentos.

9
Botar em prática minhas sacações - insights? – tem sido trabalhoso, pero gratificante. A vida com menos tem sido mais livre, melhor.


Luiz Fernando Sarmento









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