terça-feira, 14 de novembro de 2017

balanços - uma vida incomum como qualquer um 18

   



 uma vida incomum como qualquer um 18

balanços



Li, outro dia, um trecho de Freud que fala de mim, de você, sem nos conhecer.

De repente, me pego em pleno apego ao meu ego.

Que prazer! Boas novas, isto de ler sem fazer provas.

Devo guardar como lembrança: dentro do incêndio, só vejo chamas. Se fora, esperanças. O que desejo, a vista alcança.

No fundo, se confuso, complico, confundo, conflito, confronto.

Qualquer emoção, minha rotina vira exceção.


Tempos passados

Tenho tido prazer em levantar cedo e escrever sem compromisso. Gravar situações emocionantes também é prazeroso. A ansiedade, desconfio, vem da inclusão de limitações ao tempo. Determinar datas me obriga a cumpri-las. E aí, já sei, minhas escolhas perdem sentido. Que fazer?

Uma primeira opção é respeitar os tempos naturais, meus e dos outros. Mas, como Lennon já disse, a vida acontece enquanto a gente planeja. Tudo muda num instante. Aliás, como sou o que aprendi, li, escutei..., toda ou quase cada letra – palavra, oração, frase... – que escrevo merece citação de quem a inventou, descobriu, idealizou. Porém, ai, porém, sinto, as ideias estão no ar. É só relaxar que elas chegam, pra mim, pra outros.


Em cada caminho que faço...

construo, omisso e em atos, cantinhos, buracos, regatos. Lá no fundo, sei o que me faz mal, o que me faz bem.

Em cada alegria, vivo. Em cada tristeza, morro. Ao meu lado vivo, peço socorro. Enfim, sou remédio de mim. Assim, sou um homem incomum, como cada um.

Escolho que morro a cada vez que me mato num ato que faço. Escolho que vivo, e consigo, a cada cuidado que tenho comigo.

Quando agitado, namoro, me acalmo.

Racionalizo tudo. A emoção emerge e prevalece.

Movimento, se se institucionaliza, deixa de ser movimento. Paralisa.

Movimento paralisa, se se hierarquiza.

Tão bom, não ter prazos. Nem pressões, nem atrasos.


Algumas respostas...

estão nas perguntas. Algumas perguntas já trazem respostas. Não consigo responder: o acúmulo, pra quê?

Não pessoa sou eu, quando passo e nem me veem. Não pessoa é o outro, invisível aos meus olhos.

Sou muito novo pra ser velho.

Admito, outra gente sente diferente do que sinto. Ao pio sofrimento da dor, prefiro o arrepio do amor.

Sou conservador. Conservo o que me faz bem. Mas, antes de ser ou não ser, em cada momento, estar ou não estar.

Recreio: a massagem é a mensagem. Inda mais que, bobagem, bobeira, a massagem nasceu da coceira.

Se estou bem e faço mal a ninguém, que mal que tem...

Luiz Fernando Sarmento











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