uma vida incomum como qualquer um 19
Coração
Ao
completar 70 anos, fiz alguns exames. O primeiro, ergométrico, pediu um
segundo, cintilografia. Desconfiado de entupimentos em minhas artérias do
coração, um terceiro, cateterismo, confirmou: cinco obstruções graves. Uma com
50%, duas com 80%, outra com 85% e a última com 95%.
Consultei-me, do que me lembro, com 13
médicos, especialidades as mais variadas... Todos indicaram a necessidade de
pontes de safena. Relutei, com medo. Isto significava serrar meu peito, retirar
o coração por alguns momentos...
Queria saber as causas, não conseguia.
Fiz ecocardiografia, raios x, ecodopler, exames de sangue, urina, usei holter...
Conversei com safenados, stentados, com quem, experiente, vivenciou algo
semelhante. Descobri que minha questão do coração era, é sistêmica. Em algum
momento, inda que operado, se eu não cuidasse das causas, correria riscos de
novos entupimentos.
Mesmo assim, desisti, me entreguei,
escolhi o médico-cirurgião. Meu plano de saúde permitia. Alguns exames
preparatórios eram necessários. Entre eles, o dentário indicou uma cárie de
acesso complicado. O dente foi extraído, tomei antibiótico, fragilizei, gripei.
Tomei
coragem, botei um vídeo na internet, falei dos meus medos. Choveram
informações, aconselhamentos, apoios. Uma amiga me falou de um cardiologista
amigo. Cirurgião, professor de medicina, homeopata, vegano, experiente. Fui
vê-lo.
Consulta
profunda, detalhada, levei todos os exames. Falou: situação complicada. Mas, se
você mudar radicalmente a alimentação, em 15 dias os sintomas devem
desaparecer. E, em 3 a 5 anos, talvez haja uma reversão.
A
confiança se estabeleceu quando percebi que o médico praticava em si o que a
mim recomendava. Topei na hora. 24 de agosto de 2016. Alimentação só vegetal,
nada animal, nem mel. E gorduras, nenhuma. Nem vegetal, tipo azeite, coco,
abacate.
Além
disto, retirou os remédios alopáticos, só manteve um comprimido diário de AAS infantil.
E, unicista, receitou-me um único remédio homeopático.
Em
12 dias, meus sintomas desapareceram. Meus intestinos passaram a funcionar como
nunca antes. Sono, o mais tranquilo. Alguns meses depois, meus exames indicaram
taxas normais de colesterol, glicemia...
Estou
firme em cuidados comigo. Tanto no que se refere à alimentação quanto aos
remédios. Gasto em comida orgânica, de qualidade, o que não gasto em farmácia.
E a comida, ô surpresa boa, é deliciosa, farta, variada.
Hoje, passados
13 meses, permaneço me sentindo muito bem. Mesmo perna de pau, joguei um
futebol amigo há 3 semanas atrás. Fiz gol. E estou adorando a comida que como,
a vida que levo. Caminho praticamente todos os dias, faço uma leve ioga. Não
fumo, não bebo.
Importante,
pra mim, ler, por orientação do cardiologista hoje amigo, o livro Salvando o Seu Coração, do dr. Dean
Ornish, editora Relume Dumará, publicado
na década de 90. Só encontrei na Estante Virtual.
Também
fundamental para o meu equilíbrio, em comum acordo, consulto-me periodicamente
com minha médica homeopata que, sinto, em muito de mim, me conhece melhor que
eu próprio.
E, confesso,
tenho aprendido a escolher o que leio, o que ouço, o que vejo, o que toco, o
que falo. Estas pequenas escolhas de toda hora, descubro, têm determinado os
sentimentos que vivo. E, do que percebo, vivo mesmo é o que percebo do que
sinto.
O que, há um
ano, era um problemaço, virou oportunidade de uma vida nova e boa. Sou grato,
profundamente, a quem, tão bem, me cuida e orienta.
Luiz Fernando Sarmento
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