sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

programa de tv - uma vida incomum como qualquer um 30

    




uma vida incomum como qualquer um 30


programa de tv



Compreendo bem este lamento. Também demoro um tempo pra mudar meu próprio comportamento.


O que ofereço, o que procuro, no que me toca neste mundo? Gentileza gera gentileza. E, quando não gera, é que o outro inda não sabe da beleza.

Minha fortuna, meu infortúnio. Meu prisioneiro, minha prisão. O que possuo me possui. Quem se conhece jamais se esquece.

Quando quero trazer a criança que sou pra perto de mim, faço com a boca assim: brrruuummmm, brruuummmmm, brrruuurmmmm... Quando quero trazer o adolescente que sou pra perto de mim, bamboleio os quadris, fecho os olhos e beijo.

Escolha de todo dia, escolha de toda hora, alegria em viver, agora. Irresponsabilidade, saber e não ser.


Por outro lado,

imagino um programa de tv. No palco, tudo muito simples. Pessoas em roda, vieram pela oportunidade de compartilhar questões de todo dia. Falar, ouvir, sempre a partir do que cada um viveu.

As frases, é combinado, são na primeira pessoa, começam com Eu. A metodologia pode ser, por exemplo, a da Terapia Comunitária. Como ela, há outras maneiras de facilitar expressões mais profundas e estimular solidariedades. Isto acontece todo dia e nós temos acesso.

Imagino outro. Outro ambiente. O mercado municipal, em dia de movimento, por exemplo. Um palhaço faz a pergunta que deve ser respondida em um minuto pelo passante. O que você pode fazer para melhorar suas relações com sua família, ao seu redor, com o mundo?

Esta pergunta – e outras, diretas – estimulam respostas relacionadas a experiências pessoais. O espectador, na medida em que se identifique com o relatado, tenderá a também se questionar. E quando cai a ficha... muda a visão de mundo... e o mundo muda.

Dois câmeras atentos a si e ao outro. Os sentimentos inesperados que afloram devem ser suportados, focados, gravados. Para que os espectadores tenham também possibilidades de se identificar com estes sentimentos. E, ao perceberem que não são só seus, solidarizar-se com os que sentem. Nascem vínculos entre quem vê e sente e quem originalmente vive e sente.

Toda semana, os câmeras gravam, os espectadores interagem sentimentalmente. Ambos, além dos protagonistas, podem se desenvolver a partir da consciência do que sentem, do que são.

E quando caem as fichas – quando cada um se compreende um tanto, emocionalmente – espaços se abrem para o entendimento de causas de comportamentos atuais. E, no tornar-se consciente – a perda da inocência –, possibilidades de transformações.

Nenhuma velocidade estonteante, são outras as sensações. O caminho é emocionante, pra quem se permite, atento, sentir. Ao fim de cada encontro, cada um carrega consigo o que sentiu, vivenciou. E, no cotidiano, sua memória emocional o acompanha, estimula a consciência dos seus sentimentos, pensamentos, palavras, atos.

Programas de tv, inteligentes emocionalmente, podem ser realizados. Dependem, um tanto, da boa vontade daqueles que sonham, criam, produzem, veiculam. E de quem se movimenta e estimula.

Pra ler no banheiro

* Um tanto de minha vida a me desvencilhar deste inferno, deste falso fogo eterno.

* Viver bem, meu fio, este o desafio.

* Pois é! O amor, a fé, isto que não se explica, inexplicável fica.

* Governa tão bem, que deseja e facilita a todos se governem também. Antes de governar a outros, governa a si e bem.

* Certeza tenho agora: de nada tenho certeza, nem memória.

* Bondade: o mais importante é a boa vontade.

* Empatia, alegria contagia.

* Ei moço! Aprendo mais com o que sinto que com o que ouço.

* A idade avança, renasce minha criança.


Luiz Fernando Sarmento








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