terça-feira, 13 de março de 2018

Corpo e alma - uma vida incomum como qualquer um 41






    uma vida incomum como qualquer um 41


Corpo e alma

Quando meu corpo reclama, adoece, manda o recado pra mim: não viva assim. Quando escuto, me mexo, me cuido. Quando não escuto, permaneço como antes, a doença progride, vai e vem, vai e vem, vai além.

Irresponsabilidade minha, quando sei e não sou. 

Movimentos libertários me animam, alegrias me animam. Um sorriso, um abraço me anima, me animo quando beijo.

Quando quero trazer o adolescente que sou pra perto de mim, bamboleio os quadris, fecho os olhos e beijo...

Quando quero trazer a criança que sou pra perto de mim, faço com a boca: brrrmmmm, brrmmmmm, brrrrmmmm...

Um bom dia me anima. Boa noite, olá, oi, obá! Um amasso, um arrepio, me entrego  e me animo.

Quem se conhece, jamais se esquece.


Prazeres perdidos

Eu, inocente, aos 7 anos, fui apresentado aos pecados, castigos e culpas pelo catecismo. Fui marcado profundamente, me fez mal: sofri, sofri, sofri.

Quase todos os prazeres, pecados. Mortais, veniais, ai, as dúvidas.

Com os pecados viriam castigos. As possibilidades de castigos geraram medos. Os medos geraram culpas.

Eu, pra me defender de castigos – aqui na Terra ou, pior, muito pior, no purgatório, aiaiai, no inferno –  evitei, fugi dos prazeres.

Aprendo, pouco a pouco, a desnudar-me desta tentativa de castração. Hoje, atento, sinto que o Deus que existe em mim se alegra com minha alegria.

Isto, sim, facilita minha vida: quanto mais alegria me permito, mais estimulo a alegria de meu Deus.

Desejo que os da igreja - os desta, os de outras - cuidem dos seus bem-estares, pratiquem o bem que pregam... e não tentem castrar, com seus catecismos, outras crianças inocentes.


Em tempo: o papa Francisco, em 2015, disse algo como:
“Não há fogo no inferno, e Adão e Eva não são reais”. (*)

Adeus falsos pecados!




Luiz Fernando Sarmento



(*)

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