uma vida
incomum como qualquer um 41
Corpo
e alma
Quando meu corpo reclama, adoece,
manda o recado pra mim: não viva assim. Quando escuto, me mexo, me cuido. Quando
não escuto, permaneço como antes, a doença progride, vai e vem, vai e vem, vai
além.
Irresponsabilidade minha,
quando sei e não sou.
Movimentos libertários me
animam, alegrias me animam. Um sorriso, um abraço me anima, me animo quando
beijo.
Quando quero trazer o
adolescente que sou pra perto de mim, bamboleio os quadris, fecho os olhos e
beijo...
Quando quero trazer a
criança que sou pra perto de mim, faço com a boca: brrrmmmm, brrmmmmm,
brrrrmmmm...
Um bom dia me anima. Boa
noite, olá, oi, obá! Um amasso, um arrepio, me entrego e me animo.
Quem se conhece, jamais se
esquece.
Prazeres
perdidos
Eu, inocente, aos 7 anos,
fui apresentado aos pecados, castigos e culpas pelo catecismo. Fui marcado
profundamente, me fez mal: sofri, sofri, sofri.
Quase todos os prazeres,
pecados. Mortais, veniais, ai, as dúvidas.
Com os pecados
viriam castigos. As possibilidades de castigos geraram medos. Os
medos geraram culpas.
Eu, pra me defender de
castigos – aqui na Terra ou, pior, muito pior, no purgatório, aiaiai, no
inferno – evitei, fugi dos prazeres.
Aprendo, pouco a pouco, a
desnudar-me desta tentativa de castração. Hoje, atento, sinto que o Deus que
existe em mim se alegra com minha alegria.
Isto, sim, facilita minha
vida: quanto mais alegria me permito, mais estimulo a alegria de meu Deus.
Desejo que os da igreja -
os desta, os de outras - cuidem dos seus bem-estares, pratiquem o bem que
pregam... e não tentem castrar, com seus catecismos, outras crianças inocentes.
Em tempo: o papa Francisco,
em 2015, disse algo como:
“Não
há fogo no inferno, e Adão e Eva não são reais”. (*)
Adeus falsos pecados!
Luiz
Fernando Sarmento
(*)
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